Mudanças podem mexer com percepção de risco fiscal do país
Segunda-feira, 09 de junho de 2025Tempo de leitura: 05 minutos
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Suno Call
Resumo do Editor
Depois de horas de negociação entre governo e Congresso, em pleno domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ontem medidas que vão substituir as alterações nas alíquotas de IOF. Entre elas, está a cobrança de 5% de Imposto de Renda sobre aplicações como LCI e LCA, que poderá ser ampliada a outros investimentos, como CRIs e CRAs. Nesta segunda-feira, o Relatório Focus apontou expectativa de que a inflação oficial esteja em 5,44% no fim de 2025 – uma semana atrás, a projeção era de 5,46%. A projeção para a Selic continua em 14,25% ao ano. No exterior, representantes dos Estados Unidos e da China conversam, em Londres, sobre um possível acordo tarifário. Na pauta das discussões, estão temas sensíveis, como terras raras e venda de softwares da China para os EUA.
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Warren Buffett e o poder das recompras de ações
Warren Buffett é amplamente reconhecido por sua habilidade em fusões e aquisições, mas um de seus maiores legados talvez seja sua defesa consistente da recompra de ações como uma das melhores alocações possíveis de capital quando bem feita. Já em 2004, muito antes de a Berkshire Hathaway adotar uma política formal de recompra, Buffett afirmou que comprar ações da própria empresa abaixo do valor intrínseco era, provavelmente, o melhor uso do caixa. Esse princípio tem guiado tanto a gestão de sua própria empresa quanto sua preferência por ações de companhias que combinam dividendos com agressivos programas de recompra.
Buffett já reiterou essa visão ao comentar que uma queda de 10% nas ações de alguma empresa de seu portfólio seria positiva, já que permitiria à empresa recomprar mais ações e, assim, aumentar a participação dos acionistas existentes sem que estes precisem investir mais. Ele enxerga isso como um "aumento gratuito" da propriedade acionária, um benefício poderoso e pouco compreendido da estratégia de recompra.
Semana começa com anúncio de alternativas à alta do IOF e negociações tarifárias entre EUA e China
A semana inicia com a repercussão das opções ao aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) apresentadas pelo governo ao Congresso Nacional. Entre as medidas, estão a cobrança de 5% de Imposto de Renda (IR) sobre papéis como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agrícola (LCA), que atraíam investidores, justamente, pela isenção do tributo.
É possível que debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) também sejam incluídos no fim da isenção de IR e que benefícios tributários não assegurados pela Constituição sejam cortados. O pacote abrange alterações na cobrança de Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) de bancos.
Para que as elevações ao IOF sejam reduzidas, as apostas esportivas, conhecidas como bets, passarão a ter taxas. Estão em avaliação ainda as possibilidades de mudanças na aposentadoria dos militares e nos salários mais elevados de funcionários públicos.
Os anúncios foram feitos após horas de encontro, ontem, entre Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e outros representantes da pasta, com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, David Alcolumbre, e mais alguns congressistas. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deve receber as medidas amanhã.
No mercado, as preocupações com a questão fiscal e falas recentes do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, já levam o mercado a apostar em mais uma alta de 0,25 ponto percentual da Selic, para 15% ao ano, antes do fim do ciclo de aumento da taxa básica de juros.
Hoje, o Relatório Focus apontou mais uma redução da mediana das projeções de economistas de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Estima-se que a inflação oficial estará em 5,44% no fim de 2025 – uma semana atrás, a projeção era de 5,46%.
Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa do Focus passou de 2,13% para 2,18%. Para a Selic no fim do ano, a expectativa de 14,75% ao ano foi mantida.
No exterior, representantes dos Estados Unidos e da China conversam, em Londres, sobre um possível acordo tarifário. Na pauta das discussões, estão temas sensíveis, como terras raras e venda de softwares da China para os EUA. Às 9h00, os indicadores futuros americanos subiam: Nasdaq avançava 0,10%; S&P ganhava 0,16%, Dow Jones tinha alta de 0,12%.
Na China, o índice de preços ao consumidor (CPI) recuou 0,1%, em maio, ante o mesmo mês do ano passado, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI) cedeu 3,3% na mesma base de comparação.
Na Ásia, as bolsas começaram a semana em alta. Xangai avançou 0,43%, Nikkei subiu 0,92%, Hang Seng valorizou 1,63%, e Kospi ganhou 1,55%.
Às 9h00, o barril de petróleo Brent tinha leve baixa de 0,54%, enquanto o WTI perdia 0,50%.
Dólar caiu 0,28%, para menor patamar desde outubro
Na sexta-feira, o dólar caiu 0,28%, para R$ 5,5696. Foi o menor nível desde 8 de outubro do ano passado.
O Ibovespa registrou leve baixa de 0,10%, para 136.102 pontos.
O impacto, no mais importante indicador da B3, da queda de papéis de instituições financeiras, com destaque para o Banco do Brasil, foi atenuado por ganhos das ações da Vale e da Petrobras.
O "payroll" dos Estados Unidos mostrou criação de empregos superior à esperada em maio.
Na semana, a moeda americana recuou 2,60%, enquanto o Ibovespa perdeu 0,67%.
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