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| Sua carteira está ‘presa’ no Brasil? |
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| | | Alta mortalidade de empresas no setor aéreo |
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Antes de migrar para posições de gestão na imprensa, cobri o setor aéreo como jornalista por mais de dez anos. A minha primeira matéria foi um rescaldo do processo de recuperação judicial da Varig, que rolava desde 2005. A Varig foi a primeira empresa a entrar em recuperação judicial no Brasil, tentando se beneficiar da “nova lei de falências”. Acabou vendida para a Gol em 2007 e sua marca desapareceu. Só o Smiles, seu programa de fidelidade, sobreviveu. A lista das aéreas que deixaram de existir é imensa. Quem lembra da Webjet, Transbrasil, Vasp, Trip, BRA e, mais recentemente, da Avianca? Me limitei às brasileiras, mas é assim no mundo todo. Ao longo da minha carreira, vi muitas empresas aéreas “morrerem”. Mas só vi uma nascer: a Azul Linhas Aéreas. |
| Vencedores também apanham |
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A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo — e olha que é difícil achar analistas que gostem de ações do setor. Transportou mais de 30 milhões de passageiros no ano passado e atingiu 30% do mercado doméstico, mesma fatia que a Gol e um pouco menos que a Latam (38%), segundo dados da Anac de 12 meses encerrados em abril. Mesmo assim, não escapou da crise financeira. A Azul recorreu ao Chapter 11, o mecanismo da Justiça americana equivalente à recuperação judicial, no fim de maio. Seguiu os passos das suas concorrentes: a Latam ingressou em 2020 e a Gol no ano passado. A intenção é negociar dívidas bilionárias com credores e buscar um aporte de capital. |
| Por que a Azul (AZUL4) ficou no vermelho? |
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Imagine que você recebe seu salário em real, mas tem 60% do seu custo em dólar? Essa é a realidade das empresas aéreas. Querosene de aviação, leasing e outros contratos são dolarizados. Qualquer susto no mercado que faça a moeda americana disparar, a conta não fecha. Além disso, o setor aéreo exige planejamento de longo prazo e capital intensivo. A compra de aviões custa caro e tem fila de entrega. As empresas precisam estimar a demanda dos próximos anos para definir seu plano de frota. Se comprar aviões demais, os voos podem sair vazios ou a empresa terá de vender passagens muito baratas. Se errar para baixo, não haverá espaço no avião para vender — e os clientes vão viajar de outra forma. Em qualquer um dos casos, é prejuízo. O problema é que é difícil se preparar para o imprevisível. Quem poderia imaginar que uma pandemia deixaria a população mundial trancada em casa entre 2020 e 2021? Nesse cenário, faltou passageiro e sobrou avião. Foi um baita prejuízo para todas as empresas e elas tiveram que se endividar ainda mais. No caso da Azul, a dívida líquida atingiu 5,2 vezes o seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no primeiro trimestre do ano, número que pretende reduzir para 3 até sair do Chapter 11. A Azul promete sair da recuperação judicial em tempo recorde. Já anunciou acordos prévios para possíveis investimentos de United Airlines e American Airlines. Antes do pedido de recuperação judicial, negociava uma fusão com a Gol, mas o mercado agora espera que o assunto esfrie. A Azul bem que tentou ganhar o Brasil. Mas foi vencida pelas adversidades do mercado. Agora ela precisa sobreviver. O jeito é enxugar a frota, cancelar as rotas pouco rentáveis e voar para onde dá dinheiro. PS: se quiser saber mais sobre a crise na Azul, ouça o último episódio do podcast Touros e Ursos. Um abraço! | | Oportunidade para marcas Veja opções de patrocínio para o evento Onde investir no 2º semestre, produzido pelo Seu Dinheiro e que será realizado em 1, 2 e 3 de julho. |
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| | MAIS SOBRE A AUTORA Marina Gazzoni Diretora-Executiva do Seu Dinheiro e Money Times. Tem 20 anos de experiência em gestão, edição e reportagem de projetos de conteúdo de Economia, passando por Empiricus Research, G1/Globo, Folha, Estadão e IG. Tem MBA em Informação Econômico-Financeira e Mercado de Capitais e MBA em Marketing Digital. É planejadora financeira CFP® e mestranda na FGV (Inovação Corporativa). COLABORAÇÃO Julia Wiltgen e Guilherme Castro Sousa Seu Dinheiro, uma empresa de Empiricus Copyright © 2025 Seu Dinheiro. Todos os direitos reservados. |
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