Em outubro de 2024, o patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel Rogério de Andrade, apontado como maior bicheiro do Rio, foi preso na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Fomos até a superintendência da Polícia Federal conversar com o então chefe da unidade. Dissemos que gostaríamos de escrever sobre o maior criminoso do Rio. Ele respondeu: "Vocês então têm que escrever sobre o Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, patrono do Salgueiro". Desde então, analisamos centenas de documentos que visavam, principalmente, um esquema de falsificação de cigarros. Esse esquema impulsionava o maior capo em liberdade do Rio, que há anos deixava rastros de crimes como ameaças, lesões corporais graves, sequestros e homicídios. Identificamos duas informações relevantes. A primeira: uma crescente fabricação de cigarros ilegais no Brasil. Segundo a PF, 61 fábricas foram fechadas nos últimos 10 anos. A segunda: o tabaco já é a quinta maior fonte de renda do crime organizado no país. Identificamos quais são as marcas e a logística do cigarro falsificado. E, também, do cigarro contrabandeado do Paraguai. Mostramos a diferença entre os cigarros legais e os irregulares. O professor Sandro Xavier de Campos, da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), que analisou a química de cigarros contrabandeados apreendidos pela PF, diz que foram encontrados metais pesados e pesticidas proibidos no Brasil. Apesar da redução do consumo do tabaco no Brasil nas últimas décadas, 12% da população brasileira ainda fuma. E os maiores consumidores são negros e pardos, muitos moradores de favelas e quebradas. Ou seja, quem vive em locais dominados por criminosos muitas vezes não tem direito de consumir nenhum outro cigarro que não seja o vendido pelos grupos. LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NO UOL PRIME |