Causou impacto a proposta apresentada por Armínio Fraga de pausar os ganhos reais do salário mínimo por seis anos para equilibrar os gastos públicos (detalhada aqui por Raquel Landim, que falou com o economista), especialmente com a Previdência. A medida seria complementada por um corte em isenções fiscais e subsídios. José Paulo Kupfer busca na história recente um argumento para problematizar a ideia: "O salário mínimo só foi reajustado pela inflação de 2017 a 2022, ao longo dos governos Temer e Bolsonaro, sem que tenha sido capaz de estancar o avanço da dívida pública". "Compreende-se a preocupação com a alta nos custos da Previdência Social, que pode levar a uma nova reforma poucos anos após a última para o sistema não quebrar. Mas jogar isso apenas nas costas do aumento do salário mínimo recebido pelos trabalhadores, da ativa, aposentados e pensionistas, é uma tremenda sacanagem", escreve Leonardo Sakamoto. "A valorização do salário mínimo acima da inflação foi um dos mais importantes instrumentos de redução da desigualdade no Brasil, um dos países que mais concentra renda em todo o mundo". Reinaldo Azevedo, em vídeo, além de avaliar a ideia, questiona se esse debate seria levado de forma honesta por quem pode aplicar a medida: "Algum candidato vai fazer essa proposta dele? O que eu não aceito é não levar essa proposta para a eleição e depois aplicar". Aí, realmente, é sacanagem. |