O número de investidores que compra títulos da dívida pública pelo programa Tesouro Direto chegou em junho deste ano ao recorde histórico: aproximadamente 3.030.000. O volume total investido também vem crescendo: nos seis primeiros meses de 2025, subiu 14,3% ante o mesmo período de 2024, para R$ 169,9 bilhões. Para os especialistas, o principal catalisador desse movimento é a taxa básica de juros brasileira. Ainda que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) tenha, em sua última reunião, interrompido o aperto monetário, a taxa Selic continua no patamar mais alto desde julho de 2006, de 15% ao ano — e assim deve continuar pelo menos até dezembro. Mas existem outras razões para o avanço desse produto, além da segurança e da baixa volatilidade. O Tesouro Nacional e a Bolsa brasileira, a B3, têm ampliado os esforços para divulgar o programa e educar os investidores. O crescimento dos bancos digitais e o fim da exigência de valor mínimo para aplicação no Tesouro, no ano passado, também ajudaram bastante. A ampliação do horário de negociação na plataforma do Tesouro Direto para 24 horas durante os sete dias da semana deverá dar mais um impulso à compra dos títulos nos próximos meses. Segundo a B3, está confirmado que a mudança ocorrerá ainda neste segundo semestre. A facilidade de negociação é, na opinião dos setores, fundamental para que o bom momento se prolongue. É o conceito da experiência líquida. Se eu compro uma comida no sábado à noite, por que não posso investir no sábado à noite? Temos que estar antenados com o novo comportamento das pessoas e oferecer isso para elas. Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes, educação e pessoa física da B3 |