Patrocínio: Mynt BTG Pactual O bitcoin (BTC) renovou seu recorde na noite da quarta-feira (13), atingindo a marca dos US$ 124 mil (R$ 670,1 mil no câmbio atual) pela primeira vez na história. Entre quinta (14) e ontem, após um movimento de realização de lucros por parte dos investidores, a cotação recuou para a faixa dos US$ 117,606 mil. Para André Portilho, diretor de ativos digitais do banco de investimentos BTG Pactual, que é dono da plataforma de negociação Mynt, quatro fatores explicam a alta recente, sendo o principal o forte fluxo de entrada de capital institucional nos ETFs (fundos negociados em bolsa) à vista de bitcoin dos Estados Unidos. Juntos, esses produtos já somam US$ 158,64 bilhões em bitcoin — o equivalente a 6,48% do valor de mercado da criptomoeda, segundo dados da plataforma SoSoValue. O fluxo nos ETFs é um dos maiores influenciadores do preço desde o lançamento desses instrumentos nos EUA em janeiro de 2024. Ele permite que grandes investidores e instituições entrem no mercado de bitcoin de forma mais fácil e regulada, sem ter que lidar diretamente com a custódia da criptomoeda. André Portilho, diretor do BTG Pactual Tesouraria, regulação e cenário macro Além dos ETFs, Portilho aponta, como motivo para a recente alta da cotação, o aumento das compras de bitcoin por parte das chamadas "bitcoin treasuries companies" — companhias que adquirem criptomoedas para manter em tesouraria. De acordo com o site Bitcoin Treasuries, cerca de 150 empresas no mundo fazem parte dessa lista. Entre elas está a brasileira Méliuz, que tem 596 unidades de BTC. A terceira razão para o avanço do preço, segundo Portilho, é um cenário macroeconômico favorável com dólar mais fraco e incertezas geopolíticas. Já a quarta é a evolução do ambiente regulatório favorável nos EUA, com a aprovação de leis como o Genius Act, no mês passado, que dá mais clareza e segurança para o mercado. "Isso tudo gera um otimismo grande e impulsiona o preço", diz. O que esperar no curto prazo?No curto prazo, analistas esperam volatilidade no mercado cripto, mas com viés positivo. André Franco, presidente da empresa de análise de criptoativos Boost Research, afirma que a estabilidade do dólar e a expectativa de afrouxamento monetário nos EUA dão suporte ao bitcoin. A expectativa de curto prazo permanece positiva, com a combinação de dólar fraco, expectativa quase certa de corte de juros pelo Fed [Federal Reserve, o BC dos EUA] e valorização nos mercados de ações e ouro, criando um ambiente muito favorável para os criptoativos em geral. André Franco, presidente da Boost Research Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da plataforma de negociação de criptoativos Ripio, afirma que, se o preço do bitcoin continuar trabalhando acima de fortes regiões compradoras, isso pode fazer o ativo pode buscar as faixas de preços de US$ 130 mil e US$ 135 mil. "No entanto, caso ocorra a captura de liquidez da estrutura de alta por parte dos [investidores] institucionais e a região compradora seja rompida, haverá suporte de curto e médio prazo nos US$ 119 mil e US$ 116.980", diz. Portilho, do BTG Pactual, lembra que, no curto prazo, podem influenciar o preço do bitcoin: as decisões de juros de bancos centrais, capazes de alterar o apetite por ativos de risco; mudanças inesperadas na regulamentação, que aumentam a incerteza; e movimentações de grandes detentores da criptomoeda. |