| Alexandre Versignassi | Ouça a versão em áudio: | | | Como a tarifa de 50% impacta a Embraer – e quais argumentos ela tem para buscar uma isenção | De cada US$ 10 que entram no caixa da Embraer, US$ 6 chegam dos EUA. O grosso dessa fatia americana vem dos jatos executivos: o Phenom, de pequeno porte, e o Praetor, de médio. Até 70% das vendas são para clientes americanos. | Os dois são montados na Flórida. O Phenom, com 40% de peças importadas. O Praetor, com 60%. A parte que chega do Brasil fica, portanto, sujeita à tarifa de 50%. Por outro lado, a montagem dos aviões nos EUA gera empregos lá – o que poderia justificar uma isenção.
O outro grande produto da Embraer nos EUA é o E175, o menor avião comercial em fabricação no mundo, para 76 passageiros. O caso dele é peculiar.
| | Das 783 unidades entregues desse avião, 723 estão nos EUA. O market share dele por lá, na categoria dos aviões menores, é de 88%. Esse é feito no Brasil, então pagaria a tarifa cheia. Por outro lado, seria um problema para as companhias aéreas americanas, porque o E175 não tem concorrentes. Elas não teriam alternativa se o preço dele subisse 50%. |
|
| Hoje vamos falar sobre: ⚖️ Derrota para a CSN 💸 A dívida da Coteminas com a Shein 🗯️ "Perversa e megalomaníaca" 🎬 O êxodo de Hollywood |
|
| | HIGHLIGHTS | ⚖️ Derrota para a CSN | A Justiça bateu o martelo: a CSN vai mesmo ter que vender sua participação na Usiminas. O Tribunal Regional da 6ª Região (TRF-6) negou um recurso que tentava levar a disputa ao Superior Tribunal de Justiça – última cartada da empresa no caso. Essa briga se arrasta desde 2014, quando o Cade determinou que a CSN reduzisse sua fatia na rival mineira para menos de 5% – o que nunca rolou. | 🌐 Vivo assume o controle da FiBrasil | A Vivo comprou por R$ 850 milhões os 50% da FiBrasil que pertenciam ao fundo canadense CDPQ. Com isso, passa a controlar 75% da operadora de redes de fibra óptica. Os outros 25% pertencem à Telefónica Infra, da Telefônica – controladora da Vivo. Criada para levar a fibra da Vivo para fora das capitais, a FiBrasil atende hoje cerca de 700 mil pessoas – 95% deles, clientes da Vivo. | 🥩 O impacto das tarifas na Minerva | Segundo a Minerva, as tarifas sobre o Brasil terão impacto relativamente pequeno no negócio: até 5% da receita líquida. É que as vendas para os EUA respondem por 16% da receita da companhia, mas só 30% disso sai do Brasil. O restante é exportado de unidades na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália. | | UMA IMAGEM | | | O Departamento de Defesa dos EUA vai investir US$ 400 milhões na MP Materials, única produtora de ímãs de terras raras no país. Com isso, o governo americano se tornará o maior acionista da companhia – considerada estratégica para reduzir a dependência da China nesse setor. | Com o aporte, a MP Materials vai construir uma nova fábrica de ímãs à base de neodímio e praseodímio – usados em motores elétricos, turbinas eólicas e equipamentos militares. A nova planta será inaugurada em 2028 e deverá produzir 10 mil toneladas de ímãs por ano.
| Na foto: Lascas de neodímio, um dos 17 elementos do grupo de terras raras (Getty). | | | | Como a Nvidia se tornou a protagonista da corrida pela IA | | | | A Nvidia foi fundada em 1993 pelo engenheiro Jensen Huang. Na época, a ideia era criar processadores que melhorassem os gráficos de videogames. Foi daí que surgiram as GPUs – chips especializados em processar imagens complexas. | Já em seus primeiros anos, a Nvidia se tornou líder de mercado na indústria de jogos. Mas Huang tinha ambições maiores: levar seus chips-on-steroids para além dos videogames. De lá pra cá, os produtos da Nvidia se espalharam por data centers, fazendas de mineração de criptomoedas, laboratórios de aprendizado de máquina… Em março de 2022, a empresa lançou sua linha de chips Hopper, que se tornou um sucesso entre desenvolvedores de IA. Hoje, as GPUs da Nvidia são peça obrigatória em tudo que é empresa do Vale do Silício. Não por acaso, a companhia virou o grande símbolo da corrida pela IA – que esquentou ali no fim de 2022, com o lançamento do ChatGPT. E, recentemente, alcançou um marco histórico: se tornou a primeira empresa a atingir US$ 4 trilhões em valor de mercado.
| Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. | |
|
| | UM NÚMERO | R$ 108,8 milhões | | É o valor que a Coteminas deve à chinesa Shein. Segundo o Valor, no mundo todo, este é o único empréstimo da Shein a uma empresa de fora do seu próprio grupo. | Os aportes foram feitos em 2023, mais ou menos um ano antes da Coteminas pedir recuperação judicial. Na época, falava-se em uma parceria para que a companhia produzisse roupas da Shein no Brasil. Mas isso não foi para frente. A Coteminas é uma holding do setor têxtil, dona de marcas como Santista, Artex e M.Martan. Ela entrou com pedido de RJ em maio de 2024, com uma dívida de R$ 2 bilhões.
| | UMA FRASE | | ❝ | | | "A última medida de Trump, impondo uma tarifa de 50% ao Brasil, marca uma nova ruptura. É ao mesmo tempo perversa e megalomaníaca" | | | | Paul Krugman, Nobel de Economia, num texto publicado em seu blog. Ali, ele defende que não há justificativa econômica para a decisão – apenas motivação política. E que o episódio, por si só, seria motivo para um impeachment de Trump – "se a democracia americana ainda funcionasse plenamente". |
|
| | VALE PARAR PARA LER | 🛢️ O futuro do petróleo Num novo relatório, a Opep projeta que a demanda global por petróleo seguirá em alta até 2050, chegando a 123 milhões de barris por dia – quase 19% acima dos níveis de 2024. É uma leitura bem mais otimista para o setor do que a da Agência Internacional de Energia, que representa países consumidores da commodity – e prevê um pico já em 2030, de 105,5 milhões de barris por dia. |
|
| | OFF WORK | | Hollywood já não é mais o polo de produções cinematográficas que foi um dia. Em busca de custos menores de produção e de mão de obra, estúdios americanos têm levado seus sets para fora – de Londres à Romênia. Agora, a Califórnia tenta conter a debandada com novos subsídios na mesa. | É isso. Boa sexta-feira e bom fim de semana! | | Curadoria e textos: Camila Barros
Edição: Alexandre Versignassi
Design: João Brito | | Recebeu a newsletter de alguém? | |
|
