Bom dia, investidor! Confira os destaques desta quarta (16): - Governo americano anuncia investigação do Brasil por práticas comerciais desleais
- IOF: sem conciliação no STF, decisão agora fica para Alexandre de Moraes
- EUA: Fed divulga hoje o Livro Bege
Governo americano anuncia investigação do Brasil por práticas comerciais desleais - O governo dos Estados Unidos anunciou a abertura de uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais, utilizando a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 -- mecanismo já aplicado em disputas com China e União Europeia. A medida, conduzida pelo USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA), amplia as tensões comerciais entre os dois países e pode abrir caminho para novas tarifas ou barreiras comerciais contra produtos brasileiros.
- A investigação cobre seis áreas principais. Entre elas, o USTR destaca restrições contra empresas de mídia social americanas, como o X (ex-Twitter), em razão de decisões judiciais no Brasil relacionadas à remoção de conteúdo político. Washington também critica a promoção estatal do Pix, que, segundo o relatório, prejudica a competitividade de empresas privadas de pagamentos como Visa e Mastercard. Outro ponto de conflito envolve regras brasileiras sobre transferência internacional de dados e responsabilização de plataformas por conteúdos de terceiros.
- O ambiente institucional brasileiro também foi alvo de críticas, incluindo a reversão de condenações da Lava Jato e a falta de transparência em acordos judiciais com empresas multadas. O USTR questiona ainda a proteção à propriedade intelectual, citando a Rua 25 de Março como exemplo de comércio livre de produtos piratas, além da lentidão na concessão de patentes.
- No setor agrícola, os EUA reagem à alta de tarifas sobre o etanol importado, que antes era isento e agora paga até 18% de imposto, o que derrubou as exportações americanas ao Brasil. Por fim, a acusação de omissão no combate ao desmatamento ilegal (que, segundo os EUA, atingiu 91% do total em 2024) também integra o relatório, que aponta fraudes e corrupção na cadeia produtiva da madeira e de produtos agrícolas.
- A reação do mercado foi imediata: os ADRs de empresas brasileiras caíram no after hours em Nova York. A medida sinaliza um endurecimento da postura americana e enfraquece os argumentos brasileiros contra a tarifa de 50% sobre o aço, antes tratada como uma retaliação meramente política. Com fundamentos técnicos agora no centro da disputa, o desafio diplomático se torna ainda maior para o governo brasileiro.
IOF: sem conciliação no STF, decisão agora fica para Alexandre de Moraes- No Brasil, o impasse entre o governo federal e o Congresso Nacional em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) continua sem solução e agora será decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
- Em audiência de conciliação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, não houve acordo entre as partes, o que transfere ao magistrado a responsabilidade por uma decisão definitiva sobre a constitucionalidade do decreto presidencial que elevou o imposto.
- O ponto central do debate é se o aumento do IOF, promovido por decreto, atende à exigência constitucional de ter caráter regulatório (ou seja, com objetivo de influenciar o comportamento econômico dos agentes) ou se trata somente de uma medida arrecadatória, o que não seria permitido sem a devida tramitação legislativa.
- A decisão é aguardada com expectativa por empresas, instituições financeiras e investidores, já que o IOF incide sobre operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos, afetando diretamente o custo de capital e a dinâmica do mercado. Com o cenário fiscal ainda pressionado e a busca por receitas extras em 2025, a definição do STF pode influenciar também os rumos da política econômica do governo Lula.
EUA: Fed divulga hoje o Livro Bege- Nos Estados Unidos, o Federal Reserve divulga nesta tarde o chamado Livro Bege, relatório que reúne avaliações qualitativas sobre a economia do país a partir de informações coletadas pelos 12 distritos regionais do banco central.
- O documento, baseado em entrevistas com empresários, analistas e líderes locais, fornece uma visão detalhada sobre as condições econômicas atuais em diferentes regiões e setores, incluindo atividade produtiva, emprego, salários, preços e confiança do consumidor.
- A publicação é especialmente aguardada desta vez porque os dados recentes indicaram sinais de desaceleração moderada da economia americana, com destaque para o setor industrial e para um arrefecimento no ritmo de contratações. Alguns distritos já haviam reportado crescimento modesto ou estabilidade, enquanto outros observaram retrações leves, refletindo um cenário de transição após a fase de aperto monetário mais intenso.
- O Livro Bege pode influenciar diretamente as expectativas do mercado em relação aos próximos passos da política monetária do Fed, incluindo o momento e a intensidade de possíveis cortes nos juros ao longo de 2025. Com a inflação ainda acima da meta de 2% e o mercado de trabalho dando sinais mistos, investidores estarão atentos a qualquer indício de mudança na percepção dos dirigentes do banco central sobre os riscos à atividade e à estabilidade de preços.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na terça (15): - Dólar: -0,46%, a R$ 5,558.
- B3 (Ibovespa): -0,04%, aos 135.250,09 pontos.
Queremos ouvir você Tem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |