Xi Jinping defendeu hoje em Pequim uma aproximação maior entre a China e a América Latina, em resposta ao que chamou de "confronto geopolítico". "Confrontada com a corrente de confronto geopolítico e de blocos, o auge do unilateralismo e do protecionismo, a China deseja unir suas mãos à América Latina." A declaração foi feita hoje em Pequim durante o Fórum China-Celac, ao lado de Lula e outros líderes da região, um dia após o anúncio de uma trégua na guerra comercial com os EUA. O presidente chinês também propôs iniciativas para "construir uma comunidade sino-latino-americana com um futuro compartilhado" e a criação de um fundo com US$ 9,2 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) em créditos para projetos de desenvolvimento da região. Depois de dizer que a relação entre o Brasil e a China é indestrutível, o presidente Lula afirmou ontem que a América Latina " não deseja ser palco de disputas hegemônicas". "Não queremos encenar uma nova Guerra Fria". Festival de Cannes: De Niro e políticaTem início hoje na França a 78ª edição do Festival de Cannes, um dos mais importantes do cinema mundial. A edição deve ser marcada por um tom fortemente político. Na abertura, às 19h15 (14h15, no horário de Brasília), haverá a entrega de uma Palma de Ouro honorária ao ator americano Robert De Niro, de 81 anos, seguida de discurso. Ganhador de duas estatuetas do Oscar, De Niro é uma das vozes mais críticas da indústria a Donald Trump, que na semana passada anunciou tarifas de 100% sobre filmes realizados fora dos EUA. Hoje, cerca de 380 personalidades do cinema publicaram uma carta aberta nos jornais franceses denunciando o que chamaram de silêncio sobre o "genocídio na Faixa de Gaza" - onde mais de 50 mil pessoas, mais de 2% da população, já foram mortas pelos ataques israelenses que se seguiram à morte de cerca de 1.200 pessoas e ao sequestro de 251 pelo Hamas em Israel em outubro de 2023. Entre os signatários estão os diretores Pedro Almodóvar e Alfonso Cuarón, e os atores Susan Sarandon, Richard Gere, Ralph Fiennes e Javier Bardem. ONU acusa Rússia por queda de avião malaio O conselho de aviação da ONU concluiu que a Rússia foi responsável pela queda de um avião da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014, que deixou 298 pessoas mortas. O Conselho da Organização da Aviação Civil Internacional afirmou que vai considerar formas de reparação nas próximas semanas. O voo MH17 da Malaysia Airlines partiu de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur em 17 de julho de 2014. A aeronave foi derrubada sobre o leste da Ucrânia, região que era palco de combate entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou hoje que "a Rússia não estava entre os países que participaram da investigação e, portanto, não pode aceitar as conclusões tendenciosas". Asilados sul-africanos brancos chegam aos EUACerca de 50 sul-africanos brancos desembarcaram ontem nos EUA com o status de refugiados, concedido pelo presidente Donald Trump. Segundo Trump, fazendeiros brancos descendentes de colonos europeus estão sendo vítimas de "discriminação racial" na África do Sul, país onde nasceu seu assessor Elon Musk, o homem mais rico do mundo. Os EUA também acusam a África do Sul de confiscar terras de fazendeiros brancos sem qualquer compensação. A crítica foi motivada, em parte, pela sanção em janeiro de uma lei que permite ao governo tomar terras privadas sem compensação, quando a medida for considerada "justa e de interesse público". No entanto, o governo afirma que nenhuma terra foi confiscada até o momento com base nessa lei. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, negou a acusação de que os africânderes são perseguidos. "Um refugiado é alguém que tem que deixar o seu país por medo de perseguição política, religiosa ou econômica", disse Ramaphosa. "Eles não se encaixam nessa categoria." Gregory Meeks, principal democrata no Comitê de Relações Exteriores da Câmara, disse que a concessão de asilo aos sul-africanos "não é apenas um sinal racista, é uma reinterpretação da história motivada politicamente". Depardieu é condenado por agressão sexualA Justiça francesa condenou hoje o astro do cinema Gérard Depardieu a 18 meses de prisão por agredir sexualmente duas mulheres durante uma filmagem em 2021. Depardieu cumprirá a pena em liberdade condicional. O nome do ator, de 76 anos, também será inscrito no registro de criminosos sexuais. Ele foi acusado por duas mulheres de tê-las apalpado durante filmagens em 2021. Na decisão, o tribunal de Paris afirmou que o depoimento de uma delas era consistente e que a versão do ator mudou ao longo do tempo. Depardieu negou as acusações e seu advogado afirmou que ele vai recorrer. |