 Na história brasileira, aprendemos o caso curioso do Baile da Ilha Fiscal, ou o Último Baile do Império, a derradeira festa da monarquia brasileira antes da proclamação da República. Naquele 9 de novembro de 1889, 4.500 pessoas se reuniram em uma opulenta celebração na Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, para homenagear os oficiais de um navio chileno e comemorar as bodas de prata da princesa Isabel e do Conde d'Eu. O problema? O timing. Apenas seis dias depois, no dia 15, a Coroa seria deposta por Deodoro da Fonseca e seus comandos, tornando o baile da semana anterior o símbolo permanente da decadência do Império Brasileiro. A própria história não é nada mais que isso: uma sucessão de acontecimentos em um timing certo ou errado, que leva às mudanças. O fator central é o tempo. Ironia ou coincidência, nessa última semana o timing pregou uma peça justamente num evento de relógios – ou melhor, na maior feira de relógios do mundo, a Watches and Wonders 2025. |
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| Rolex e relógios suíços: na mira de Donald Trump - Imagem: Divulgação/Reprodução Youtube |
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Desde o dia 1º, o evento reúne em Genebra, na Suíça, as 60 marcas mais importantes do mundo, incluindo Chanel, Hermès, LVMH, Rolex, Richemont (dono da Cartier) e Patek Philippe. Como é de praxe no mercado de luxo, o que dita o tom por lá é a exclusividade e a sofisticação.
Mas no caminho da feira havia Trump. E, numa virada inesperada, as taxações sobre a Suíça, que, diferente de vizinhos como a União Europeia ou o Reino Unido, terá de pagar 32% de impostos para exportar produtos para os Estados Unidos – o maior mercado dos relógios de luxo do país alpino.
A medida americana não acontece em bom momento para a indústria relojoeira global como um todo. A própria Suíça registrou queda de receita de 2,8% em 2024, em relação a 2023. Quem vinha segurando o barco era a Rolex, dona de 32% do segmento.
Após o anúncio, o governo suíço admitiu que as tarifas devem fazer a economia crescer menos do que foi previsto ainda mês passado.
É claro que Rolex, Patek Phillipe e TAG Heuer são campeãs em proteger suas margens e seus clientes são menos sensíveis à mudança de preços. Ainda assim, executivos da Watches and Wonders já se queixam de dificuldades para entregar acordos fechados antes das tarifas.
Longe de repetir a história do fim de um império, Trump e seu timing certamente fizeram ecoar incerteza em meio ao luxo e à opulência nos salões suíços. E lembraram a quem conhece a história que o tempo nem sempre avisa quando vai virar. |
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E AGORA, GIUSEPPE? Na última semana, um decreto-lei limitou o acesso à cidadania italiana e gerou revolta em comunidades de descendentes pelo mundo. Agora, fomos atrás de especialistas para entender os efeitos práticos da medida e o que ainda pode mudar nos próximos meses. O BOX DA VEZ O Hyrox, a competição que mistura corrida e força, virou febre nos boxes de CrossFit do Brasil, e tem provas para o segundo semestre. No guia do jornalista Bruno Acioli contamos quando essa onda começou, as vantagens da modalidade e como se preparar para a prova. REAJUSTANDO A ROTA A Nike vai recuperar o pace? Após anos de marasmo, perdendo espaço para concorrentes como a Adidas e a On Running, empresa americana tenta recuperar influência no mercado focando em um segmento que sempre liderou: o esporte. FAMA & FORTUNA Antes de mais nada, famosos. Mas estes atletas, cantores, apresentadores e diretores têm algo a mais – dez dígitos a mais. Essa semana a Forbes divulgou sua lista com as celebridades bilionárias de 2025, uma lista restrita, mas cheia de nomes conhecidos. Aqui listamos o top 10. BEATLEMANIA |
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| MAIS SOBRE O AUTOR
Eduardo do Valle Jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), pós-graduado em Novas Tecnologias em Jornalismo (PUCPR) e em Jornalismo Cultural (FAAP/SP). Especialista em cultura e lifestyle com experiência em produção e edição de conteúdo para marcas como a LATAM Airlines e veículos como Rolling Stone Brasil, GQ Brasil e GNT.
COLABORAÇÃO
Maria Eduarda Nogueira
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