A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, e o balanço da Petrobras com resultados abaixo do esperado, publicado ontem à noite, vão pautar as decisões de investidores nesta terça-feira.
Conforme a ata, houve ponderação entre a consequência do não cumprimento da meta de corte de 0,5 ponto percentual – que era condicionada às condições do cenário macroeconômico – e o risco de perda de credibilidade em relação ao compromisso de combater a inflação.
Ao final das discussões, predominou o entendimento de que o corte da Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano era o mais adequado para o enfrentamento da inflação. Segundo o Copom, houve unanimidade na avaliação de que é necessário "perseguir a reancoragem das expectativas de inflação".
A reunião da semana passada foi marcada pela redução do ritmo de baixas da Selic e pela falta de consenso entre os diretores do Banco Central em relação ao patamar de redução da taxa básica.
Ontem, o Relatório Focus indicou ajustes nas expectativas – a mediana das estimativas de economistas de mercado apontou 9,75% para os juros no fim de 2024, ante os 9,63% da medição anterior.
Após o fechamento do mercado, Petrobras divulgou queda de 38% no lucro do primeiro trimestre, para R$ 23,7 bilhões, como resultado de menor volume de vendas e da desvalorização do real. A receita de vendas da estatal encolheu 15,4%, para R$ 117,72 bilhões. O Ebitda ajustado caiu 17,2%, para R$ 60,04 bilhões.
A boa notícia é que a estatal pagará dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 13,45 bilhões relacionados ao resultado do trimestre, o que corresponde a R$ 1,0416 por papel ordinário e preferencial. Trata-se de antecipação da remuneração aos acionistas.
Em março, o volume de serviços , segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, o volume de serviços prestados cresceu 0,4%, na comparação com fevereiro, quando havia caído 0,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado é importante por sinalizar o ritmo da economia e potenciais pressões sobre a inflação.
À tarde, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciará mais medidas de apoio ao Rio Grande do Sul. Nesta manhã, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Agricultura, Carlos Fávaro, vão se reunir.
Após o fechamento da B3, saem os balanços de Banrisul, Boa Safra Sementes, Eneva, Gol, JBS, JHSF, Nubank, Porto, Positivo e Vittia Fertilizantes.
O mercado acompanha também os dados referentes ao índice de preços ao produtor (PPI) americano de abril, que sai hoje, e aguarda o índice de inflação ao consumidor (CPI), previsto para amanhã.
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e outros dirigentes da autoridade monetária têm discursos previstos para esta terça-feira.
Lá fora, os indicadores futuros de Nova York operavam perto da estabilidade por volta das 8h43. S&P 500 subia 0,03%, Nasdaq futuro caía 0,03%, e Dow Jones futuro ganhava 0,09%.
Na Alemanha, o CPI avançou 2,2%, em abril, na comparação anual, e subiu 0,5% ante março – o desempenho ficou dentro do esperado.
No Reino Unido, a taxa de desemprego ficou em 4,3% no primeiro trimestre, ante 4,2% nos três meses encerrados em fevereiro. O aumento do salário médio semanal se manteve em 6%.
Às 8h41, a maioria das bolsas europeias tinha leve alta – CAC 40 (Paris) subia 0,04%, FTSE 100 (Londres) ganhava 0,13%, Euro Stoxx 600 registrava elevação de 0,07%, e DAX (Frankfurt) desvalorizava 0,13%.
A Organização dos Países Exportadores de petróleo (Opep) divulga relatório hoje.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem tendência definida: Tóquio, Seul e Taiwan subiram 0,46%, 0,11% e 0,61%, respectivamente, enquanto Xangai teve leve baixa de 0,07%, e Hong Kong caiu 0,22%. |