Bom dia, investidor, Confira os destaques desta terça (5): - Tarifas: Prisão de Bolsonaro pode atrapalhar negociações com Trump
- Ata do Copom alerta: juros podem voltar a subir
- Temporada de balanços: Embraer tem prejuízo e Itaú divulga resultados
Tarifas: Prisão de Bolsonaro pode atrapalhar negociações com Trump- A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, decretada ontem pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, acontece em um momento crítico nas relações Brasil-EUA. A medida judicial foi anunciada logo após avanços diplomáticos obtidos por emissários do governo Lula, que vinham tentando abrir caminho para negociar com o presidente americano Donald Trump a reversão do tarifaço de até 50% sobre produtos brasileiros.
- Nos dias anteriores à prisão, os presidentes Lula e Trump trocaram gestos públicos de disposição ao diálogo, e o chanceler Mauro Vieira realizou o primeiro encontro oficial com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Havia expectativa de que o gesto pudesse abrir uma janela para um acordo ou ao menos uma mitigação das tarifas.
- A resposta do governo Trump à prisão de Bolsonaro foi imediata e crítica. O Departamento de Estado dos EUA publicou na rede X (ex-Twitter) que "colocar ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro se defender em público não é um serviço público" e que "os Estados Unidos condenam a decisão de Moraes".
- Mesmo diante do desgaste diplomático, a orientação do governo brasileiro é evitar declarações polêmicas e manter os canais de negociação abertos. A preocupação maior é que o agravamento da situação de Bolsonaro contamine o ambiente das conversas comerciais em curso.
Ata do Copom alerta: juros podem voltar a subir- O Banco Central divulgou hoje a ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que interrompeu o ciclo de alta da Selic após levá-la a 15% ao ano, maior nível desde 2006.
- O documento revela que o cenário externo continua "adverso e incerto", com destaque para o impacto do tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros e de outros países. Esse ambiente externo, combinado com uma inflação doméstica ainda acima da meta, levou o BC a manter uma postura cautelosa.
- O Copom ressaltou que não descarta retomar o aperto monetário caso perceba que o atual patamar de juros não seja suficiente para garantir a convergência da inflação para o centro da meta. O compromisso com a estabilidade de preços segue como prioridade, diz o comitê, mesmo diante da desaceleração da atividade econômica.
Temporada de balanços: Embraer tem prejuízo e Itaú divulga resultados- A Embraer divulgou seus resultados hoje e registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 53,4 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 415,7 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. Apesar da alta de cerca de 31% nas receitas, os custos operacionais elevados e os efeitos negativos da variação cambial pressionaram o desempenho financeiro da companhia.
- Já o Itaú deve apresentar números sólidos, segundo expectativas do mercado. Deve haver manutenção do ritmo consistente de crescimento do lucro, sustentado por uma carteira de crédito conservadora e margens financeiras estáveis, impulsionadas por boas operações com clientes. O banco também deve continuar demonstrando forte controle da inadimplência, fator crucial em um cenário de juros elevados, além de manter altos níveis de eficiência operacional.
- Além dessas duas gigantes, o mercado acompanha hoje os resultados de outras companhias relevantes como Blau (BLAU3), Cury (CURY3), Eternit (ETER3), Iguatemi (IGTA3), Klabin (KLBN11), Odontoprev (ODPV3), Pão de Açúcar (PCAR3), PetroRio (PRIO3) e RD Saúde (RADL3). Os dados ajudarão a compor um retrato mais amplo da recuperação de setores estratégicos como consumo, construção, papel e celulose, saúde e petróleo.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na segunda (4): - Dólar: -0,69%, a R$ 5,506.
- B3 (Ibovespa): 0,40%, aos 132.971,20 pontos.
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