Tensão entre EUA e China na guerra comercial se agrava
Segunda-feira, 02 de junho de 2025Tempo de leitura: 05 minutos
Bom dia, Investidor!
Suno Call
Resumo do Editor
Investidores têm muitos temas para se debruçar ao levar em conta o que vai importar nas negociações de ativos neste início de semana. A Moody's Rating rebaixou a perspectiva do rating soberano do Brasil de positiva para estável, com manutenção da nota de crédito de longo prazo em Ba1. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou as tarifas de importação de aço e alumínio de 25% para 50%, com vigência a partir de quarta-feira, e o Brasil é um dos principais fornecedores de produtos siderúrgicos para o país. Pequim afirmou que foram os EUA a descumprir o acordo fechado para a trégua de 90 dias entre as duas maiores economias mundiais. Por conta da gripe aviária, a China suspendeu as importações diretas e indiretas de todos os produtos de aves do Brasil. Hoje é mais um dia em que não vai faltar assunto no mercado.
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Os ciclos: a rima da história
Poucos momentos na história recente foram tão propícios para uma reflexão profunda sobre o comportamento dos mercados quanto a virada de 2008 para 2009. Howard Marks, em seu memo The Long View, nos oferece uma análise rica e precisa sobre como os ciclos — de curto e de longo prazo — moldam o destino dos investidores.
O que Marks nos mostra é que investir sem entender a natureza cíclica dos mercados é como navegar sem bússola. Pior ainda: é uma receita quase certa para repetir os mesmos erros que, geração após geração, levam à euforia irracional e, depois, à dor profunda.
A importância dos ciclos
Para Marks, dois conceitos são absolutamente centrais para qualquer investidor que queira sobreviver no longo prazo: valor e ciclos.
A negociação de ativos domésticos vai refletir, nesta segunda-feira, o rebaixamento pela Moody's Rating da perspectiva do rating soberano do Brasil de positiva para estável, com manutenção da nota de crédito de longo prazo em Ba1. O anúncio, feito no início da noite de sexta-feira, reflete a percepção da Moody's em relação às contas públicas brasileiras e deixa o país mais longe da condição de grau de investimento.
A agência de classificação de risco destacou que o país precisa ancorar as expectativas de inflação, que têm impactos sobre os juros, e reduzir os gastos públicos. O aumento da dívida pública também foi listado entre os fatores para a piora da perspectiva do rating soberano, que tinha sido elevada para positiva em maio de 2024. A Moody's é uma das três maiores agências de classificação de risco.
Lá fora e no mercado interno, investidores vão repercutir a nova elevação anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, das tarifas de importação de aço e alumínio de 25% para 50%. A nova taxa entrará em vigor na quarta-feira e é, segundo Trump, uma medida de proteção da indústria siderúrgica americana. Às 7h02, os indicadores futuros americanos operavam no vermelho: Nasdaq cedia 0,72%, S&P recuava 0,57%, e Dow Jones caía 0,46%.
Como o Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos, a medida deve impactar ações da CSN e da Usiminas hoje. Com usinas na América do Norte, Gerdau sentirá menos os efeitos da medida.
A pressão na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China aumentou mais uma vez. Pequim afirmou que foram os EUA a descumprir o acordo fechado para a trégua de 90 dias entre as duas maiores economias mundiais.
Por conta da gripe aviária, a China suspendeu as importações diretas e indiretas de todos os produtos de aves do Brasil. O país asiático é o maior comprador da carne de frango brasileira, respondendo por mais de 10% das importações no ano passado. Até sexta-feira, o cancelamento de compras do Brasil estava restrito a produtos de frango.
Investidores mantêm monitoramento da pressão do Congresso Nacional para revogação do aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Nesta manhã, sai o Relatório Focus, com estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a Selic no fim de 2025. Na sexta-feira, o Ministério da Fazenda reiterou sua estimativa de crescimento econômico do Brasil de 2,4% neste ano.
No primeiro trimestre, o PIB brasileiro teve expansão de 1,4%, ante o quarto trimestre, puxado pela agropecuária. Na comparação anual, a economia brasileira teve incremento de 3,5% e, com isso, cresceu mais do que as dos Estados Unidos e da China, ficando na quinta colocação mundial, conforme a Austin Rating.
Na China, o índice de gerentes de compras (PMI) ficou em 49,5 pontos em maio – foi o segundo mês de contração. Hoje é dia de PMI Industrial no Brasil, nos Estados Unidos e na União Europeia.
Os mercados chineses não funcionam hoje por conta de feriado local. O índice Nikkei 225 perdeu 1,30%, Kospi fechou com estabilidade, e Hang Seng desvalorizou 1,2%.
Na Europa, às 7h00, CAC 40 (Paris) desvalorizava 0,65%, DAX (Frankfurt) tinha baixa de 0,61%, Euro Stoxx 600 caía 0,52%, e FTSE 100 (Londres) tinha leve queda de 0,04%.
No sábado, a Opep aprovou aumento da produção de petróleo pelo terceiro mês consecutivo. A Arábia Saudita liderou a decisão de que haverá incremento de 411.000 barris por dia em julho.
Às 7h03, o Brent subia 3,41%, enquanto o WTI ganhava 3,68%.
Incertezas em relação à guerra comercial entre EUA e China derrubam Ibovespa
No último pregão da semana, o Ibovespa caiu 1,09%, para 137.027 pontos. O dólar avançou 0,91%, para R$ 5,72.
Incertezas relacionadas às tarifas de importação de produtos pelos Estados Unidos reforçaram a aversão de investidores ao risco.
Segundo Trump, a China violou o acordo preliminar fechado entre as duas maiores economias do mundo para uma trégua de 90 dias.
Pesaram também, na negociação de ativos, dados do PIB que mostram uma economia brasileira aquecida no primeiro trimestre.
Na semana, o principal indicador da B3 caiu 0,58%, e a moeda americana subiu 1,28%.
Em maio, o Ibovespa acumulou alta de 1,45%, enquanto o dólar registrou valorização de 0,72%.
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