Um dia depois da escolha, pela primeira vez na história, de um norte-americano como papa, o mundo segue especulando sobre como será a relação de Robert Francis Prevost, o Leão 14, com o presidente Donald Trump —e a expectativa é de antagonismo. Jamil Chade ressalta que, se por um lado o conservador Trump diplomaticamente saudou a escolha de seu conterrâneo, por outro aliados do republicano usaram as redes sociais para criticar o novo papa, a quem tacharam de "marxista" e até mesmo de defensor do que chamam de "ideologia woke". Eles resgataram manifestações antigas do então cardeal em defesa de imigrantes, da consciência ambiental e com críticas ao racismo. Para Wálter Maierovitch, Leão 14 pode se tornar uma "pedra no sapato" de Trump. Ele ressalta que o novo pontífice, em sua declaração inicial, apelou pela paz —o que interpreta como um recado aos belicosos Netanyahu e Putin, com quem o republicano tem afinidades. E Josias de Souza diz que é má notícia para Trump o fato de que agora o contraponto católico às políticas anti-humanitárias de seu governo passa a ser feito por um americano. Finalmente, Reinaldo Azevedo volta à encíclica "Rerum Novarum", do papa Leão 13, para traçar um paralelo: se o pontífice do século 19 criou a doutrina social da Santa Sé para enfrentar o liberalismo selvagem e o socialismo, cabe agora ao papa do século 21 liderar a resistência da Igreja Católica contra a barbárie. Jamil Chade: Conservadores dos EUA e aliados de Trump atacam papa americano: 'Marxista' Wálter Maierovitch: Papa norte-americano poderá ser pedra no sapato de Trump Josias de Souza: Igreja impõe a Trump Leão de Chicago com um rugido latino Reinaldo Azevedo: Leão 13: mudar os ricos contra o socialismo. E Leão 14? Contra a barbárie Josemeire Alves Pereira: O novo papa e os desafios de redenção do cristianismo |