Mercados operam em alta com expectativa de maior crescimento chinês
Terça-feira, 24 de Setembro de 2024Tempo de leitura: 05 minutos
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Suno Call
Resumo do Editor
Após os juros futuros chegarem a mais de 12% ontem, o Copom divulgou a ata da última reunião, em que aponta que as projeções são de desinflação, mas que a inflação segue acima da meta, de 3,0%. O Copom cita que, no cenário externo, há menos sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, o que leva à continuidade da necessidade de cautela por parte dos emergentes. Se aqui o clima é de preocupação com a inflação, os mercados operam com ânimo, lá fora, por conta dos anúncios pela China do pacote de medidas para estimular a economia, incluindo cortes da taxa de juros, do compulsório e das taxas de crédito imobiliário, e de iniciativas para o mercado de capitais. Na bolsa de Dalian, o minério de ferro disparou 4,64%, para US$ 99,87 a tonelada. Em resposta ao avanço da commodity e ao pacote de medidas da China, às 8h23, o ADR da Vale subia 4,23%. Às 8h27, enquanto o barril Brent do petróleo ganhava 2,38%, o WTI tinha elevação de 2,61%.
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Reflexões sobre a mudança de maré no ambiente de investimentos
No mundo dos investimentos, às vezes observamos mudanças significativas no ambiente financeiro que merecem uma análise aprofundada. Historicamente, frases como "desta vez é diferente" costumam justificar avaliações que, de outra forma, pareceriam excessivamente altas. Contudo, é fundamental reconhecer que, em raras ocasiões, algo realmente muda, impactando profundamente o cenário de investimentos. Atualmente, podemos estar vivendo um desses momentos.
Contexto histórico e econômico
Nos Estados Unidos, o maior influenciador dos mercados globais, desde a crise financeira de 2008, o Federal Reserve manteve taxas de juros próximas de zero por um período prolongado para estimular a economia. Essa abordagem resultou em uma recuperação econômica recorde, facilitando o financiamento e impulsionando os lucros das empresas. No entanto, essas políticas também aumentaram a liquidez de ativos e geraram um temor generalizado de perder oportunidades, impulsionando ainda mais os preços dos ativos.
Ibovespa vai reagir a temores de inflação doméstica e a euforia mundial com medidas divulgadas pela China
Parecem dois mundos diferentes: no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou a ata da reunião da semana passada, em que elevou a Selic de 10,25% ao ano para 10,75% ao ano, com tom de cautela em relação ao controle da inflação. Lá fora, a China anunciou um pacote de medidas para estimular a economia, incluindo reduções da taxa de juros, do compulsório e das taxas de crédito imobiliário. A segunda maior economia do mundo divulgou também iniciativas para o mercado de capitais, como o fundo de liquidez para estabilizar as cotações das companhias listadas em bolsa.
Na ata publicada hoje, o Copom ressalta que as projeções são de desinflação, mas que a inflação segue acima da meta, de 3,0%. Destaca que o dinamismo da atividade econômica e do mercado de trabalho está acima das expectativas e cita a importância de uma política fiscal crível. Em relação ao cenário externo, diz o comitê, há menos sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, o que resulta na necessidade da continuidade de cautela por parte dos emergentes. O Copom não indicou quais serão seus próximos passos. Em evento da J. Safra Asset, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será questionado sobre o tema e pode dar pistas sobre os rumos da política monetária brasileira daqui para frente.
Ontem, o Relatório Focus, do BC, apontou aumento da mediana das estimativas de economistas de mercado para a Selic, no fim de 2024, de 11,25% ao ano para 11,50% ao ano. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial brasileira –, as projeções indicaram expectativa de alta de 4,37%, neste ano, ante os 4,35% da semana passada. Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a prévia do IPCA de setembro.
Com os anúncios feitos pela China, as commodities operam em alta. Na bolsa de Dalian, o minério de ferro disparou 4,64%, para US$ 99,87 a tonelada, voltando a se aproximar do patamar de US$ 100,00. Foi a maior elevação diária em mais de um ano. Em resposta ao avanço da commodity e ao pacote de medidas da China, o ADR da Vale subia 4,23% às 8h23. Às 8h27, enquanto o barril Brent do petróleo subia 2,38%, o WTI tinha elevação de 2,61%.
Na Ásia, as bolsas fecharam no azul: Xangai Composto teve alta de 4,15%, Nikkei ganhou 0,57%, Kospi avançou 1,14%, e Hang Seng registrou elevação de 4,13%.
Na Europa, as bolsas operavam com ganhos às 8h24: DAX (Frankfurt) avançava 0,58%, Euro Stoxx 600 ganhava 0,64%, CAC 40 (Paris) subia 1,37%, e FTSE 100 (Londres) tinha alta de 0,26%.
No pré-mercado americano, os indicadores futuros tinham leve ganhos: S&P 500 avançava 0,04%, Nasdaq valorizava 0,06% e Dow Jones subia 0,07% às 8h31. Nesta terça-feira, os Estados Unidos divulgam o Índice de Confiança do Consumidor referente a agosto.
Ibovespa cai 12%, e dólar sobe 0,25% em dia de disparada dos juros futuros
Em um dia em que os juros futuros chegaram ao patamar máximo deste ano, superior a 12%, por conta de preocupações relacionadas à questão fiscal, o Ibovespa caiu 0,38%, para 130.568 pontos.
A queda do mais importante indicador da B3 poderia ter sido ainda maior se não fossem as altas de 0,31% da Vale, apesar da baixa do minério de ferro, e de 1,02% nos papéis preferenciais da Petrobras e de 1,26% nas ações ordinárias da petroleira.
O dólar comercial subiu 0,25%, para R$ 5,5344.
Para ficar de olho 👀
Sucessão na Vale: Ano Novo na mineradora começa em outubro, com Pimenta na cadeira de fato e de direito; nomeação apaziguou, aparentemente, conflitos de sucessão e coloca o foco na companhia daqui para frente. Leia mais.
Disputa pela Eldorado Celulose: Presidente de arbitragem entre J&F e Paper Excellence renuncia e fala em "ameaça direta"; além do dirigente do tribunal que avalia disputa bilionária entre empresas, árbitro também apresenta carta de renúncia. Entenda.
Geração de energia elétrica: Cemig retoma leilão dos direitos de exploração de quatro usinas; valor mínimo para o lote único é de R$ 29,1 milhões, com previsão de realização do leilão em 5 de dezembro de 2024. Saiba mais.
Follow-on da Caixa Seguridade: À espera do mercado, companhia apronta oferta bilionária de ações; venda de papéis na b3 deve movimentar no mínimo R$ 1,2 bilhão. Leia mais.
Desempenho do RRCI11: Fundo imobiliário dobra resultado do mês e "engorda caixa"; melhora resultou do giro de um CRI da carteira, com recebimento da correção monetária que estava acumulada no papel. Entenda.
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