Mesmo em um cenário em que o mercado espera, cada vez mais, a elevação da Selic, em setembro, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), economistas de mercado ouvidos pelo Relatório Focus, do Banco Central (BC), ainda mantêm a expectativa de 10,50% ao ano para a taxa básica de juros no fim de 2024.
A mediana das projeções indica que a inflação oficial terá alta de 4,25%, neste ano, ante a estimativa de 4,22% da semana passada. A estimativa divulgada hoje ganha importância maior porque, na quarta-feira, sai a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), as projeções compiladas pelo Focus passaram de 2,23% para 2,43%.
Nesta segunda-feira, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central e nome mais cotado para suceder Roberto Campos Neto à frente da autarquia, participa de evento no Piauí.
O dia traz também reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética para discutir a adoção da bandeira tarifária amarela, que torna a conta de luz mais cara para os consumidores.
Por aqui, saem também dados de Investimento Direto no País (IDP) e de transações correntes em julho.
Na sexta-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou que "chegou a hora de ajustar a política monetária". No discurso feito em Jackson Hole, Powell não se comprometeu com o tamanho do corte dos juros, mas deixou claro que, na sua percepção, a autoridade monetária tem conseguido reduzir a inflação sem causar uma desaceleração econômica acentuada.
A maior parte do mercado espera que a redução de setembro seja de 0,25 ponto percentual, mas outra parcela aposta em 0,5 ponto percentual. Há expectativa também de corte na reunião de novembro.
Em Nova York, os indicadores futuros americanos tinham ganhos às 8h13: S&P 500 subia 0,16%, Dow Jones registrava leve alta de 0,12%, e Nasdaq avançava 0,03%.
Às 8h05, as bolsas europeias operavam mistas: FTSE 100 (Londres) ganhava 0,48%, CAC 40 (Paris) tinha elevação de 0,15%, e Euro Stoxx 600 registrava leve alta de 0,03%. Por outro lado, DAX (Frankfurt) desvalorizava 0,21%.
Na Ásia, as bolsas fecharam o primeiro pregão da semana sem tendência definida. Xangai teve leve alta de 0,04%, e Hang Seng subiu 1,06%. Nikkei perdeu 0,66%, e Kospi recuou 1,04%.
Na China, o Banco do Povo manteve a taxa da linha de empréstimo de médio prazo (MLF) de um ano em 2,3%.
A escalada dos conflitos no Oriente Médio, no fim de semana, se refletia no aumento das cotações de petróleo no início da manhã. Às 8h09, enquanto o barril de petróleo Brent avançava 2,63%, o WTI ganhava 2,65%.
Em Dalian, o minério de ferro teve forte ganho de 3,45%, para US$ 105,46 por tonelada.
As ações da Petrobras tendem a se favorecer da valorização do petróleo, e as da Vale, da alta do minério, impulsionando o Ibovespa para cima. |