O presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que o Brasil é um "parceiro comercial horrível" e que o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro sofre uma tentativa de "execução política". Por seu lado, o presidente Lula disse que, se os EUA não quiserem comprar nossa produção, não vai chorar, mas vai procurar outros parceiros. E o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sediado nos EUA, acenou com a possibilidade de mais sanções a autoridades brasileiras e mais tarifas devido ao que chama de "crise institucional" provocada pelo tratamento do ministro Alexandre de Moraes, do STF, ao ex-presidente réu por tentativa de golpe de Estado. Jair Bolsonaro nega as acusações. Para o colunista Josias de Souza, ao elevar o tom das críticas ao Brasil hoje, Trump se coloca como um personagem da sucessão presidencial brasileira —numa estratégia que o jornalista considera "economicamente incoerente e políticamente arriscada". Mas, com uma semana de tarifaço americano sobre nossos produtos, a economia e a política brasileiras e o julgamento de Jair seguem seus rumos. O pacoteO colunista José Paulo Kupfer analisa que o objetivo do governo, com o pacote de bondades anunciado para os setores afetados pelas tarifas, foi ganhar tempo. Kupfer torce para que as medidas realmente ajudem a preservar empresas e seus empregos e não terminem, como às vezes acontece no país, "perpetuando transferências de dinheiro do contribuinte sem as necessárias contrapartidas para o país". E Mariana Barbosa alerta que o crédito barato tornado disponível pelo governo no pacote pode aquecer o consumo e atrasar a queda de juros . Mais Médicos na miraEnquanto isso, mais uma bateria de sanções americanas, agora atingindo funcionários públicos ligados ao programa federal Mais Médicos. O colunista Leonardo Sakamoto ressalta que, ainda em sua cruzada para tentar livrar a barra de Bolsonaro na Justiça, Trump requentou uma acusação relativa ao suposto trabalho forçado de médicos cubanos que já havia sido desmentida pelo Ministério Público do Trabalho. Processo em movimentoJosias, analisando a argumentação defesa de Bolsonaro, afirma que ela cria uma versão fantasiosa da tentativa de golpe, em que "nada aconteceu". "A defesa como que liberou o Supremo para condenar Bolsonaro", avalia Josias. E a anistia?Sakamoto explica que, enfraquecido após o motim bolsonarista nas duas casas do Congresso, Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, decidiu que não irá pautar a anistia aos réus do 8 de Janeiro. Em entrevista hoje, Motta disse que "não há ambiente para anistiar quem planejou matar pessoas". José Paulo Kupfer: MP do Tarifaço é para ganhar tempo e tentar fazer do limão uma limonada Mariana Barbosa: Crédito barato no alívio ao tarifaço pode atrapalhar queda da taxa de juros Amanda Klein: Governo tem sensação de dever cumprido com pacote 'antitarifaço' Josette Goulart: Quem vai pagar a conta do 'custo Eduardo Bolsonaro'? Leonardo Sakamoto: Por Bolsonaro, Trump usa acusação sobre Mais Médicos já desmentida pelo MPT Leonardo Sakamoto: Brasil não sabe ser indiferente a Alexandre de Moraes, aponta pesquisa Josias de Souza: Reiteração dos ataques fazem de Trump ator da sucessão de 2026 Josias de Souza: Defesa de Bolsonaro cria Brasil fictício em que nada aconteceu Josias de Souza: Ao tentar saltar do caldeirão do golpe, general confirma fervura Reinaldo Azevedo: Maioria ainda mantém o juízo e acha justa a prisão domiciliar de Bolsonaro Reinaldo Azevedo: Governadores de extrema direita se juntam ao bundalelê de Trump-Bolsonaro |