Bom dia, investidor, Confira os destaques desta sexta (1): - Indústria cresce em junho e interrompe dois meses seguidos de queda
- EUA: Payroll deve mostrar mercado de trabalho mais fraco
- Trump impõe tarifas agressivas a aliados comerciais
- Haddad: Brasil vai negociar e recorrer contra tarifas impostas por Trump
Indústria cresce em junho e interrompe dois meses seguidos de queda - A produção industrial brasileira registrou leve alta de 0,1% em junho, na comparação com maio, segundo dados divulgados hoje (1º) pelo IBGE. O avanço, embora modesto, interrompe dois meses consecutivos de retração, quando o setor acumulou queda de 1,2%.
- Apesar do crescimento, a indústria ainda não recuperou totalmente as perdas recentes. O nível atual de produção está 2,0% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas permanece 15,1% abaixo do pico histórico registrado em maio de 2011.
- Na comparação com junho de 2024, o desempenho foi negativo: queda de 1,3% na produção.
- Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 17 registraram alta em junho, a maior disseminação de crescimento desde junho do ano passado. O principal destaque foi o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 2,4%, revertendo parte da queda de 4,0% observada em maio.
EUA: Payroll deve mostrar mercado de trabalho mais fraco- Hoje, às 9h30 (horário de Brasília), será divulgado o relatório de empregos (payroll) de julho nos Estados Unidos, um dos indicadores mais importantes da economia americana. A expectativa é de criação de 110 mil vagas, o menor número em cinco meses, sinalizando uma desaceleração mais nítida em relação aos 147 mil empregos criados em junho.
- A taxa de desemprego deve subir de 4,1% para 4,2%, ainda considerada saudável, mas refletindo os efeitos do aperto monetário prolongado e da menor demanda em setores industriais e de consumo.
- Entre os fatores por trás da desaceleração estão as incertezas sobre tarifas de importação e políticas migratórias, além de pesquisas que apontam maior dificuldade para encontrar trabalho. Esses dados podem reforçar a leitura de que o Federal Reserve poderá cortar os juros ainda em 2025, embora as pressões inflacionárias exijam cautela nas próximas decisões.
Trump impõe tarifas a aliados comerciais- Decreto assinado pelo presidente Donald Trump na noite de ontem (31) estabelece alíquotas que vão de 10% a 41% sobre produtos importados de 69 nações, incluindo aliados estratégicos como Canadá, Índia, Taiwan e Suíça.
- O Canadá, parceiro tradicional dos EUA no comércio norte-americano, foi especialmente atingido, com uma tarifa de 35% sobre uma série de bens. Para a Índia, a nova alíquota será de 25%; Taiwan enfrentará um imposto de 20%; enquanto a Suíça será taxada em 39%. A medida entra em vigor em sete dias e tem como justificativa, segundo o governo Trump, "reestabelecer o equilíbrio competitivo nas relações comerciais dos EUA".
- Esse movimento representa uma escalada nas tensões geopolíticas e econômicas, especialmente num momento em que os Estados Unidos tentam conter a inflação e manter o crescimento. A decisão gerou reações imediatas nos mercados internacionais, com temores de retaliações e efeitos negativos sobre as cadeias globais de produção.
- Além disso, a taxação de países como Taiwan e Índia, ambos considerados peças-chave na estratégia dos EUA para reduzir a dependência da China, levanta dúvidas sobre a coerência da política comercial da atual administração americana.
Brasil afasta retaliar EUA e manterá negociações- O governo Lula decidiu evitar uma retaliação imediata ou o anúncio de um pacote de medidas. Em vez disso, optou por uma estratégia de comunicação gradual e pontual, alinhada ao avanço das negociações com Washington. A orientação à diplomacia e aos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) é clara: manter o Brasil como um país aberto à conciliação e buscar todos os canais formais, tanto bilaterais quanto em instâncias internacionais, para contestar a decisão.
- Internamente, há avaliação de que ainda existe margem para negociação, especialmente porque o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, mencionou que "recursos naturais" poderiam ser excluídos da lista de tarifas. Isso mantém a esperança de que produtos como o café brasileiro sejam contemplados por exceções.
- Além da via diplomática, o Brasil também deve recorrer às instâncias multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), se necessário. A meta é preservar o acesso de produtos brasileiros ao mercado norte-americano e evitar danos à balança comercial e às cadeias produtivas nacionais.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na quinta (31): - Dólar: 0,19%, a R$ 5,601.
- B3 (Ibovespa): -0,69%, aos 133.071,05 pontos.
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