O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou ontem uma ameaça contra o Brics e indicou que qualquer país que se alinhe com as políticas do bloco de economias emergentes será alvo de impostos extras nos EUA. O alerta ocorre horas depois de o grupo divulgar a declaração final da reunião de cúpula do bloco, que ocorre no Rio de Janeiro, na qual defende o multilateralismo e rejeita ações unilaterais, mas sem citar os EUA e o tarifaço de Trump. Em publicação em suas redes sociais, no entanto, o presidente norte-americano disse que "qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics terá de pagar uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política". Desde que venceu a eleição, Trump vinha fazendo ameaças ao bloco, principalmente no que se refere ao uso de moedas locais para o comércio, e chegou a mencionar tarifas de 100% caso o dólar fosse abandonado nas negociações comerciais dos emergentes. Leia mais. Brics condena ataques contra Irã e preserva Rússia na guerra da Ucrânia. Líderes dos países do bloco que estão reunidos no Rio de Janeiro divulgaram ontem a declaração final do encontro com críticas a ações de Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria, mas sem responsabilizar o país ou os Estados Unidos pelos recentes ataques contra o Irã, que é membro do grupo. O Brics reúne, além o Irã, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia e também blindou a Rússia de críticas pela guerra na Ucrânia. Além disso, o bloco manifestou especial preocupação com "medidas tarifárias", sem mencionar os EUA, e defendeu uma reforma na ONU - em especial no Conselho de Segurança - e outra na Organização Mundial do Comércio. O texto defende ainda o direito dos países de regulamentar o mercado de inteligência artificial e de estabelecer seus próprios marcos regulatórios. PT elege novo presidente em meio a debate sobre mudança de rumo. O Partido dos Trabalhadores realizou ontem eleições para escolher o novo presidente, em meio a um debate sobre o reposicionamento da sigla e depois de oito anos de gestão de Gleisi Hoffmann. Quase 3 milhões de filiados estavam aptos a votar e a eleição contou com quatro candidaturas nacionais e oito chapas. A disputa se concentrou, sobretudo, entre o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva —candidato apoiado por Lula— e o deputado federal Rui Falcão, que já presidiu o partido. Edinho defende alianças com o centro e setores do mercado financeiro; Falcão é da ala que defende a reaproximação dos movimentos sociais, ele critica o caminho do centro e diz que o distanciamento da esquerda fez o partido perder votos. Internamente, integrantes da sigla defendem que o PT precisa se preparar para a era "pós-Lula", pois mesmo que ele concorra à reeleição em 2026, será sua última disputa presidencial. O resultado da eleição deve sair hoje. Saiba mais. Enchentes no Texas deixam mais de 80 mortos. Cheias repentinas causadas por tempestades que começaram na tarde de sexta-feira no centro do estado norte-americano e elevaram rapidamente o nível dos rios da região já deixaram 82 mortos, ao menos 28 são crianças. Alguns corpos ainda não foram identificados, segundo o xerife do condado, que não soube estimar quantas pessoas seguem desaparecidas em toda a região. Até o momento, fala-se em 41 desaparecidos, mas o número pode ser maior, segundo o governador Greg Abbott. Equipes de resgate procuram 10 crianças e uma monitora que estavam em uma colônia de férias conhecida como Camp Mystic, às margens do rio Guadalupe. Abbott disse ter visitado o local e que o acampamento e o rio foram "horrivelmente devastados de maneiras nunca vistas em nenhum desastre natural". O presidente Donald Trump anunciou apoio do governo federal para lidar com os resgates e consequências do desastre. Leia mais. Netanyahu viaja aos Estados Unidos para encontro com Trump. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, será recebido hoje por Donald Trump na Casa Branca para discutir as guerras que seu país trava no Oriente Médio - contra o Irã e contra o Hamas. O conflito contra o Irã está parado por um cessar-fogo, mas em Gaza os bombardeios constantes de Tel Aviv seguem e já mataram mais de 57 mil palestinos desde outubro de 2023. Além disso, o cerco do território criou uma crise humanitária e a população está morrendo de fome. Na última sexta-feira, o Hamas anunciou ter concordado com a proposta de cessar-fogo mais recente apresentada pelos EUA, mas antes de embarcar para Washington ontem Netanyahu deixou claro que não aceitará um cessar-fogo que permita que o Hamas permaneça na Faixa de Gaza. Saiba mais. |