| Alexandre Versignassi | Ouça a versão em áudio: | | | Entenda de uma vez o ataque hacker de R$ 1 bilhão | O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é a infraestrutura do Banco Central que processa todas as transferências via Pix, pagamentos no cartão, boletos. Os grandes bancos costumam ter conexão direta com o SPB. Já instituições menores recorrem a intermediárias para isso. É aí que entra a C&M Software: ela transmite as operações de algumas fintechs para o sistema do BC. | Na segunda, hackers invadiram o sistema da C&M. Lá dentro, eles conseguiram acessar algumas contas que as instituições financeiras mantêm no banco central. São as chamadas 'contas reservas' – justamente por onde passa o dinheiro das transferências, o meio de campo entre quem paga e quem recebe. Assim, os hackers conseguiram emitir ordens de pagamento fingindo ser instituições financeiras, e transferiram centenas de milhões de reais para contas próprias. Uma única cliente da C&M, a fintech BMP, perdeu R$ 400 milhões – pouco mais de um terço foi recuperado, segundo o Brazil Journal.
| Inicialmente, estimava-se um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão para as clientes da C&M. Agora, o Banco Central fala em R$ 800 milhões, roubados de oito instituições. |
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| Hoje vamos falar sobre: 🔁 Entra Mapa, sai Klein 🪨 As pelotas da Vale ❤️ De onde vem o amor por dividendos 📊 Os títulos 'IPCA + um tanto' |
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| 🔁 Entra Mapa, sai Klein | Em junho, a Mapa Capital assumiu dívidas que poderão ser convertidas em ações da Casas Bahia. Quando isso acontecer, a gestora se tornará acionista majoritária da varejista. E pretende segurar os papéis por um bom tempo, segundo o Valor. Isso complica os planos de Michael Klein, que pretendia aumentar sua participação ali. Com a chegada da Mapa, a fatia de Klein deve ser diluída de 11% para 2%. | 🛒 Grupo Mateus + Novo Atacarejo Ontem, o Grupo Mateus concluiu a compra da rede pernambucana Novo Atacarejo. O acordo foi fechado em dezembro de 2024 e aprovado pelo Cade em fevereiro. Com a operação, o Grupo Mateus passa a deter 51% da empresa – e os 49% restantes seguem com os sócios fundadores, NSA e Ambapar. Faz parte da estratégia de expansão do grupo no Norte e Nordeste, onde já atua em 112 cidades. | ✈️ 61 aviões da Embraer | A Embraer entregou 61 aeronaves no 2º trimestre deste ano, 30% a mais do que no mesmo período de 2024. O destaque foi no segmento de jatinhos, com 38 unidades entregues – alta de 41% na comparação anual. Já no segmento comercial, de aviões maiores, o número ficou igual: 19 entregas. | | UMA IMAGEM | | | | Pelotas são bolinhas feitas de pó de minério de ferro prensado. Elas têm alto teor de ferro (67%) e poucas impurezas – portanto, costumam ser mais caras que o "minério fino", vendido em forma de pó mesmo. | Ontem, a Vale anunciou que pretende produzir menos pelotas do que o planejado para 2025. Nessa, caiu a estimativa de produção de aglomerados – categoria da qual as pelotas fazem parte. Agora, a projeção é de 31 a 35 milhões de toneladas no ano, contra até 42 milhões antes. É que a demanda pelo minério premium, 67%, tem caído. Em especial, pela crise no mercado imobiliário da China, o maior consumidor de minério no mundo – e que agora tem preferido a versão-padrão da commodity, com 62% de ferro.
| Na foto: uma linha de produção de pelotas (Getty). |
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| | | Por que os investidores estão certos em amar dividendos? | | | | Pela teoria clássica, você não deveria ligar para dividendos. Para pagar os proventos, afinal, a companhia tira dinheiro do caixa. Isso reduz seu valor de mercado automaticamente. Na prática, o retorno total não muda: você ganha em dividendos o mesmo tanto que perde com a queda no preço das ações. Só que, ainda assim, boa parte dos investidores prefere papéis de empresas que pagam a mesada. | E talvez eles estejam certos. Estudos mais recentes mostram que as pagadoras de proventos costumam mesmo entregar retornos maiores no longo prazo quando você soma a renda em dividendos mais a valorização do papel. Nos últimos 50 anos, o retorno anual das pagadoras no S&P 500 foi de 9,2%, contra só 4,3% das que não pagam. O ponto é que essas empresas costumam ter duas qualidades em comum. Primeiro, um lucro consistente – afinal, só dá pra distribuir o que se ganha. Segundo, uma boa gestão, já que elas precisam ser mais criteriosas com o dinheiro que sobra no caixa.
| Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. | |
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| | UM GRÁFICO | | | | Os juros dos títulos de inflação – aqueles que sempre pagam o IPCA mais um tanto – começaram a cair de forma consistente. Mas seguem generosos, com os papéis de vencimento mais longo ainda garantindo quase IPCA+7% por ano. Vamos traduzir isso em dinheiro de uma vez. | Você pega e aplica R$ 10 mil hoje num IPCA+2040. Ao fim de 15 anos, eles se transformam em R$ 27 mil em dinheiro de hoje. O valor nominal, aquele que vai aparecer no seu saldo, vai ser bem maior, porque vai carregar uma década e meia de inflação. Mas isso não importa. O fato é que, em valor real, seu poder de compra vai praticamente triplicar. Dá 170% em juro acumulado, fora a inflação. Um assombro.
| Veja mais nesta reportagem de Sérgio Tauhata, no InvestNews. | | VALE PARAR PARA LER | 📋 A BP já foi tubarão; agora virou sardinha. A petroleira britânica, que antes devorava concorrentes, virou presa após anos de apostas mal sucedidas. A guinada para energia limpa veio no pior momento, justo quando o petróleo voltou a subir. Resultado: ações em baixa e, especula-se, uma possível oferta de compra pela Shell. Enquanto a rival nega interesse, analistas acham que a BP está é barata demais para ser ignorada. |
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| | É isso. Boa quinta-feira! | | Curadoria e textos: Camila Barros Edição: Alexandre Versignassi Design: João Brito | | Recebeu a newsletter de alguém? | |
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