Após as sanções econômicas impostas ao Brasil pelos EUA alegando o status judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, impôs uma série de medidas restritivas contra o réu, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento noturno. Na decisão, Moraes afirma que o ex-presidente "está atuando dolosa e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho, Eduardo Nantes Bolsonaro" de maneira hostil e usando "negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa corte" —numa referência à articulação com o presidente dos EUA, Donald Trump, para pressionar a suprema corte brasileira. Bolsonaro, que nega ter tentado dar um golpe de Estado, afirma que a imposição da tornozeleira é uma "suprema humilhação". Bolsonaro pode ser preso a qualquer momento? Entenda Para o colunista Josias de Souza, a decisão de Moraes -corroborada pelo tribunal- foi apropriada, desejável e necessária. Segundo o jornalista, as declarações de Trump sobre o caso Bolsonaro estavam "armando" uma possível concessão de asilo diplomático ao réu. Portanto, Moraes antecipou-se a esse risco. O correspondente Jamil Chade afirma que a carta enviada por Trump a Bolsonaro na quarta-feira foi decisiva para motivar a ação de Moraes. Por isso, inclusive, a decisão proíbe que o ex-presidente se aproxime de embaixadas e de diplomatas. Leonardo Sakamoto concorda e afirma que não foi Moraes quem colocou a tornozeleira em Bolsonaro, mas foram o próprio ex-presidente, seu filho Eduardo e Trump, ao deixarem escancarada a possibilidade de uma fuga do réu para a Flórida. Para o jornalista Reinaldo Azevedo, não é possível que os advogados de Bolsonaro não tenham percebido a obviedade de que as atitudes do cliente resultariam em reação do Supremo. Reinaldo também defende que o tribunal foi "generoso" ao não optar já pela prisão preventiva. Citando fontes da investigação, Letícia Casado afirma que as medidas tomadas por Moraes foram uma alternativa para evitar a preventiva. E agora?Jamil adverte para a possibilidade de Trump escalar as medidas contra o Brasil após a ação da PF. E cita o estrategista de Trump Jason Miller, interface do americano com a família Bolsonaro, que afirmou que seu campo não descansará até terminar com o que chama de "perseguição política" ao réu por tentativa fracassada de golpe de Estado. E Lula?Josias elogia a reação de Lula à crise, mas alerta que ele pode "passar do ponto" na guerra contra Trump, pelo fato de ter adotado um tom eleitoreiro cedo demais, a mais de um ano do pleito presidencial. "Quem confronta um gambá, mesmo se ganhar a briga, corre o risco de sair fedendo", vaticina Josias. Graciliano Rocha: Operação da PF amplia incerteza sobre tarifas e faz preço na Faria Lima A Hora: Como Bolsonaro convenceu a Casa Branca a agir contra o Brasil Josias de Souza: Medida de Moraes a Bolsonaro foi apropriada, desejável e necessária Josias de Souza: Lula oscila entre ir bem e passar do ponto na guerra com Trump Jamil Chade: Carta de Trump ligou alerta sobre risco de fuga de Bolsonaro Jamil Chade: Trump pode escalar medidas contra o Brasil após ação da PF Jamil Chade: Estrategista de Trump sai em apoio a Bolsonaro: 'Não descansaremos' Jamil Chade: Enquanto ataca eleição no Brasil, Trump proíbe críticas a ditadores aliados Leonardo Sakamoto: Trump colocou tornozeleira em Bolsonaro ao mostrar que fuga estava logo ali Leonardo Sakamoto: Lula promete taxar Google e Zap após ameaça de Trump em taxar café e avião Reinaldo Azevedo: Bolsonaro e Eduardo cavam a prisão preventiva; advogados devem ter alertado Reinaldo Azevedo: STF é generoso. Poderia ser preventiva. É falso que a fuga embase a decisão Reinaldo Azevedo: A fala de Lula é serena, mas firme. E traidores da pátria e Pix trilionário Letícia Casado: Medidas contra Bolsonaro evitam prisão preventiva Wálter Maierovitch: Tudo apontava para fuga de Bolsonaro; medidas são necessárias Juca Kfouri: Cadeia ou tornozeleira? Amanda Klein: Lula defende reeleição, não os interesses do país |