| | Google na berlinda: o fim da internet como conhecemos |
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A chegada da IA coloca em xeque o modelo de buscas na internet, dominado pelo Google, e, por tabela, a dinâmica de distribuição de conteúdo online. Existe uma espécie de “acordo tácito” vigente: os publishers permitem que o Google liste seus artigos no resultado das buscas em troca da chance de ter um “clique”. Vale lembrar que os sites de notícias só ganham dinheiro quando recebem o acesso aos seus links, com exibição de anúncios ou com a possibilidade de vender assinaturas. Ninguém é remunerado simplesmente por “aparecer” na busca do Google. Com a IA, é diferente. O conteúdo é acessado pelo “robô”, que usa as informações para gerar uma resposta mais completa para o usuário. Alguns serviços colocam o link de referência, mas os acessos não compensam a queda nos cliques das buscas “tradicionais” no Google. O próprio Google está mudando seu modelo de buscas para priorizar resultados mais completos, que são “resumos” feitos por IA do que ele encontrou na internet, o chamado AI Overview. Desde o seu lançamento nos Estados Unidos, em maio do ano passado, o volume de buscas que rendem “zero clique” subiu de 56% para 69%, de acordo com relatório do SimilarWeb. A nova realidade da internet é preocupante para a indústria de notícias. Se novas fontes de tráfego ou receita não forem desenvolvidas, certamente assistiremos a uma onda de falências na imprensa mundial. Mas isso é tema para outro artigo… |
| Big techs e jornais na mesa de negociação |
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Algumas das big techs partiram para a negociação de acordos de licenciamento de conteúdo com empresas de mídia. O New York Times, por exemplo, anunciou um acordo recente com a Amazon, que permitirá o uso do seu conteúdo para treinar IAs e abastecer serviços como a Alexa com resumos de notícias. As negociações estão a todo vapor. Veja só alguns acordos de licenciamento de conteúdo e divisão de receitas publicitárias anunciados desde 2024, segundo o relatório “Innovation in News Media”, da associação global de veículos jornalísticos Wan-Ifra: - Open AI: Financial Times, Le Monde, Time, News Corp, The Atlantic, Vox Media, The Guardian, Condé Nast (dono da Vogue, GQ, Vanity Fair, Wired e The New Yorker)
- ProRata: Financial Times, Axel Springer, The Atlantic, Fortune, Guardian e Sky News
- Microsoft: Financial Times, Reuters, Axel Springer (dono da Business Insider), USA Today e Informa
- Meta: Reuters
- Perplexity: Der Spiegel, Fortune, The Independent, Lee Enterprises, Los Angeles Times, MediaLab, Mexico News Daily, Adweek e World History Encyclopedia
- Amazon: The New York Times
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| O que vem pela frente: aquisições de jornais e qualificação de IAs |
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É comum que acordos comerciais estratégicos evoluam para fusões e aquisições. A minha visão de futuro é que o próximo passo da corrida de IA passará pela compra de jornais e editoras por empresas de tecnologia. A disponibilidade de conteúdo para treinar IAs é estratégica. Não só para evitar brigas judiciais, mas também para ter acesso a conteúdos fechados e arquivos, muitas vezes, centenários. O acesso a conteúdos de qualidade pode fazer “a diferença” na competição entre os serviços de IA. Hoje existem soluções parecidas no mercado. E praticamente todas têm problemas de qualidade: conteúdo “genérico”, “alucinações” e informações incorretas. Meu palpite é que vamos assistir nos próximos anos a uma corrida pela qualidade, que será decisiva para definir quem será o líder nessa categoria. Certamente, aqueles que treinarem suas IAs com as melhores informações, terão uma vantagem competitiva. Se, por um lado, a inteligência artificial é uma ameaça para a indústria de mídia, por outro, abre uma nova janela de oportunidade para monetização. Conteúdo de qualidade vale dinheiro na era da IA. Resta saber quem vai conseguir fazer as big techs pagarem a conta. Um abraço e ótimo domingo! | | 👀 Gostou do Seu Dinheiro no seu domingo? Encaminhe esta newsletter para alguém que você acha que também vai gostar. |
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| | MAIS SOBRE A AUTORA Marina Gazzoni Diretora-Executiva do Seu Dinheiro e Money Times. Tem 20 anos de experiência em gestão, edição e reportagem de projetos de conteúdo de Economia, passando por Empiricus Research, G1/Globo, Folha, Estadão e IG. Tem MBA em Informação Econômico-Financeira e Mercado de Capitais e MBA em Marketing Digital. É planejadora financeira CFP® e mestranda na FGV (Inovação Corporativa). COLABORAÇÃO Carolina Gama e Guilherme Castro Sousa Seu Dinheiro, uma empresa de Empiricus Copyright © 2025 Seu Dinheiro. Todos os direitos reservados. |
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