Segunda-feira, 12/05/2025 | | | |  | Juliana Marra, diretora de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Unilever | Divulgação |
| Como a Unilever recicla mais embalagens plásticas do que produz | |  | Mariana Sgarioni |
| Mesmo se fizermos um esforço imaginativo, não conseguiríamos ter a real dimensão do tamanho - e, obviamente, do impacto - de uma empresa como a Unilever. Pense em uma companhia cujos produtos são usados por nada menos do que 3,4 bilhões de pessoas todos os dias em todo o mundo. É um consumo de quase metade da população do planeta. E isso inclui a sua casa, uma vez que a Unilever está presente em 100% dos lares brasileiros. Dar conta dessa quantidade de embalagens colocadas no mercado diariamente é um desafio tão gigante quanto sua produção. Pode parecer impossível reciclar tudo isso, mas não é. A empresa acaba de anunciar que conseguiu, no ano passado, comprovar que coletou e reciclou mais embalagens plásticas do que vendeu no Brasil. Isso significa a coleta e processamento de resíduos plásticos equivalentes a 115% do peso de todas as embalagens deste material vendidas no país. Esta conquista foi graças a uma força-tarefa que envolveu uma rede de empresas recicladoras que fizeram a mágica acontecer, coletando, tratando e reciclando esta montanha de embalagens plásticas pós-consumo. Uma destas parcerias é o programa "Mãos pro Futuro", uma iniciativa setorial coordenada pela ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) que investe em cooperativas de catadores para aumentar a coleta e reciclagem de embalagens. "A força vem das parcerias e do trabalho coletivo", aponta Juliana Marra, diretora de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Unilever. Entre 2021 e 2024, a Unilever Brasil reduziu o uso de mais de 57 mil toneladas de plástico virgem em suas embalagens, evitando a emissão de cerca de 100 mil toneladas de CO2, seja pelo uso de material reciclado, seja por novos designs que demandam menos insumo. Hoje, a empresa utiliza 37% de plástico reciclado em suas embalagens. Na entrevista a seguir, Juliana Marra fala sobre a prioridade de acabar com a poluição plástica, além de pontuar os esforços da companhia para diminuir esta montanha de resíduos que tanto assombram a vida no planeta. *** Ecoa: Estima-se que 8 milhões de toneladas de plástico sejam despejadas nos oceanos todos os anos. Boa parte deste plástico é proveniente de embalagens. Como a Unilever pensa no uso deste material? Juliana Marra: O problema não é o plástico. Somos totalmente a favor das embalagens, são elas que levam nossos produtos para a casa das pessoas. O plástico é um material importante, tem sua relevância em diversos setores, inclusive na saúde. Não queremos acabar com o plástico. Queremos acabar com a poluição plástica, é diferente. E isso por meio da redução, circulação e colaboração. Este é um desafio mesmo. Ecoa: A Unilever acaba de anunciar que superou sua meta e, no ano passado, reciclou mais plástico do que vendeu. Como isso foi possível nesta escala de produção? Juliana Marra: Esta meta tinha sido colocada para 2025 e alcançamos em 2024. O Brasil é o quinto país do mundo a conseguir esta meta - o primeiro fora do continente asiático. Realmente foi uma conquista difícil e conseguimos graças a muito trabalho e investimento. Foram diversas parcerias para conseguir que o volume que a gente precisava fosse coletado, separado e enviado para reciclagem. Tudo foi comprovado por auditorias e todas as embalagens recicladas são pós-consumo. Estas parcerias com empresas recicladoras em todo o país garantiram que nossa meta fosse superada - é preciso colaboração para que as iniciativas funcionem, nada é feito de forma isolada. Este é o caminho. Ecoa: Você pode dar um exemplo de parceria? Juliana Marra: O programa "Mãos pro Futuro", uma iniciativa setorial coordenada pela ABIHPEC, foi uma destas parcerias. Este programa já conseguiu processar um milhão de toneladas de embalagens em geral, não apenas da Unilever. Por isso destaco a importância da união de diversas empresas, a colaboração setorial é fundamental para enfrentar os desafios do plástico. Ecoa: Além da reciclagem, é preciso também reduzir - ou acabar de vez - com a produção de plástico virgem. Juliana Marra: É possível reduzir, sim. Nossa meta é reduzir 30% esta utilização de plástico virgem até 2026, e 40% até 2028. Mas não é possível acabar de vez com ela. Há desafios técnicos, de mercado e até tributários. Em produtos alimentícios, por exemplo, há questões sanitárias. Em produtos de higiene e beleza, há barreiras de cores e odores. Então, por enquanto, não podemos acabar totalmente com o plástico virgem, seria uma meta fora da realidade. O que é factível: 100% das nossas embalagens plásticas rígidas serão reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2030. As flexíveis serão até 2035. Todas elas. |
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| Publicidade |  | |  | Factorial One, software da startup Factorial, centraliza todo o histórico do colaborador e pode identificar problemas de desempenho | Unsplash |
| Sistema de IA mapeia funcionários e pode prever demissões | | Como você está se sentindo hoje? Esta é uma das perguntas que você teria que responder se trabalhasse em uma empresa com o sistema Factorial One. Trata-se de uma Inteligência Artificial que mapeia a evolução, sentimentos e desempenho de todos os colaboradores. Com estes dados é possível prever comportamentos, como uma possível demissão ou um burnout, por exemplo. O sistema foi desenvolvido pela Factorial, startup unicórnio desenvolvedora de softwares para gestão e centralização de processos de Recursos Humanos e Departamento Pessoal, que atua em 8 países, e tem sede em Barcelona. O Factorial One centraliza em uma única página todo o histórico do colaborador. Com o apoio da IA, o sistema oferece em segundos uma previsão de comportamentos, identifica probabilidades de promoções ou retenção orçamentária, e muito mais. São relatórios, gráficos e análises prontas que ajudam não somente o RH, mas também os gestores nas tomadas de decisões. Tudo de maneira rápida. "Sem a IA, a tomada de decisão é mais lenta e com este tempo perdido aumenta a chance de perder um talento. A nova geração trabalha por propósito. Se ela não se sentir vista ou ouvida, vai embora. Então é preciso uma ferramenta que dê velocidade ao processo", explica Renan Conde, CEO Brasil da Factorial. O sistema é capaz de prever tendências e oferecer recomendações práticas, desde redistribuição de tarefas e criação de planos de carreira até o desenvolvimento de políticas de comunicação mais claras. "Essas ações têm um impacto direto no negócio: reduzem custos associados à alta rotatividade, aumentam a produtividade e fortalecem o engajamento das equipes, resultando em melhor desempenho financeiro. Isso ajuda a ter um planejamento orçamentário mais consistente e a ter uma previsibilidade de custo mais clara", diz o executivo. Porém, ele lembra: "A IA apenas simplifica o processo. Contudo, a decisão final está nas mãos de seres humanos. Não há como desumanizar estes atos". |
| | |  | Fábrica de barcos do Paraná transforma 3 toneladas de garrafas PET por ano em flutuadores | Divulgação Fluvimar |
| Garrafas PET ajudam a flutuação de embarcações no Paraná | | Você teria coragem de sair por aí navegando em barcos que flutuam com garrafas PET? A Fluvimar, fábrica de embarcações do interior do Paraná, garante que este material é uma alternativa segura, eficaz, econômica, além de, claro, ambientalmente responsável. A empresa utiliza cerca de 3 toneladas de garrafas PET vazias por ano na fabricação de suas embarcações, que vão desde barcos simples até lanchas e catamarãs. O sistema é simples e inteligente: as garrafas recicladas são armazenadas dentro de compartimentos nos cascos dos barcos, garantindo estabilidade. Elas criam uma espécie de câmara de ar leve e resistente, e assim compõem a base de flutuação de vários modelos de embarcações, além de plataformas e decks que ficam sobre a água. "Elas não furam, não vazam e ainda ajudam a reduzir o uso de isopor, que é muito mais agressivo ao meio ambiente", explica Raquel Oliveira, CEO da Fluvimar. A executiva explica que a empresa compra as garrafas PET diretamente de cooperativas recicladoras e, na sequência, as encaminha para uma rígida checagem de segurança: elas devem estar limpas e não pode haver nenhuma fissura. Segundo ela, esta é uma tecnologia genuinamente brasileira, usada pela empresa há mais de 20 anos, e com segurança comprovada. "O ar comprimido dentro das garrafas são apenas auxiliares da flutuação, eles não atuam sozinhos. Este sistema, além de eficaz e sustentável, reduz muito o custo final das embarcações", afirma. |
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| | Por Organizações Radicalmente Humanas Autora: Ana Bavon Editora: Jandaíra A advogada e especialista em Direitos Humanos e ESG Ana Bavon propõe um modelo de gestão corporativa centrado em pessoas e na justiça social, com dados, casos reais e uma abordagem inovadora sobre impacto, governança e sustentabilidade. O prefácio é assinado por Vera Magalhães, que destaca o livro como um guia ético e prático para empresas e lideranças comprometidas com o agora e com o futuro. |
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