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Abandonar um sonho é uma decisão de grande impacto sobre quem a toma. Oswaldo Montenegro provavelmente tem uma canção sobre isso, mas a memória me falha e o Google não ajuda. O fato é que, seja na vida pessoal, na profissional ou no mundo dos negócios, a desistência raramente é impulsiva quando envolve sonhos de uma vida inteira. A decisão exige profunda reflexão quanto às perdas e ganhos, que podem ser emocionais, morais, financeiros ou de outra ordem. Quando um sonho começa a se dissolver, os primeiros sintomas costumam ser de impotência e frustração. Depois, é comum passar à fase de encontrar culpados. No entanto, à medida que a situação amadurece e o sonho se aproxima do fim, a razão passa a falar mais alto. Embora não seja bem vista por quem fica de fora de um sonho compartilhado ou observa à distância, a desistência tem potencial libertador. A vida pode, enfim, seguir seu fluxo. Tanta energia pode ser direcionada a outros objetivos. Antes que o texto comece a ganhar ares de autoajuda barata, há um motivo para essa divagação: o fim do “sonho grande” da Cosan. Na semana passada, a holding de Rubens Ometto vendeu sua participação na Vale. A intenção inicial era desempenhar um papel ativo na gestão da mineradora. No entanto, em meio a uma prolongada queda de braço pelo comando da Vale, essa ambição não se materializou. Simultaneamente, o impacto da alta dos juros sobre a dívida da Cosan obrigou a companhia a tomar uma decisão. Pouco mais de dois anos depois de investir R$ 17 bilhões na Vale, a Cosan vendeu sua fatia com uma perda próxima de R$ 8 bilhões. Na reportagem especial de hoje do Seu Dinheiro, a Camille Lima revela o que esperar da Cosan agora que a Vale não é mais uma preocupação para o conglomerado. Voltando ao campo onírico, sei de muita gente que sonha em viver de renda. Nesse sentido, os investidores conservadores tendem a preferir manter a maior parte ou a totalidade das suas reservas em ativos de renda fixa pós-fixada (indexada à Selic ou ao CDI), de baixíssima volatilidade e com liquidez diária. A ideia é poupar, mas manter o dinheiro disponível para resgate a qualquer momento. A modalidade pode ser adequada para uma reserva de emergência, mas não serve quando a intenção é buscar rentabilidade por prazos mais longos. Sem se dar conta, o investidor acaba deixando dinheiro na mesa — e não é pouco. Cálculos feitos por Rafael Winalda, analista do banco Inter, mostram que a diferença de valor acumulado entre um CDB com rendimento de 100% do CDI com liquidez diária e outro sem liquidez diária com prêmio de 2% alcança valores exorbitantes à medida que os prazos se alongam. O resultado desses cálculos você confere na reportagem da Julia Wiltgen. Nos mercados financeiros, diante da agenda fraca, o Ibovespa tende a seguir nos embalos de Wall Street. Lá fora, além do Fórum Econômico Mundial, os investidores monitoram as decisões de Donald Trump e o andamento da temporada de balanços nos Estados Unidos e na Europa. |
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| | MAIS SOBRE O AUTOR Ricardo Gozzi É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil. COLABORAÇÃO Vinícius Barroso e Dani Alvarenga |
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