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A complacência dos investidores com o governo chegou ao fim. Com a indefinição em torno dos cortes de gastos necessários para conter o avanço da dívida pública, a Faria Lima “perdeu a paciência” com Lula. Esta é a visão de Rafael Fedalto, CEO da Libra Investimentos, convidado do mais recente episódio do podcast Touros e Ursos. Os indicadores recentes comprovam esse nervosismo do mercado: o dólar atingiu o maior valor dos últimos três anos, ultrapassando o marco de R$ 5,80; o Ibovespa patina nos 130 mil pontos e as taxas dos títulos públicos atingiram juros reais de quase 7% ao ano. Tudo isso acontece a poucos dias da decisão do Banco Central sobre a taxa básica de juros (Selic). A expectativa é que Roberto Campos Neto e os diretores que formam o Comitê de Política Monetária (Copom) promovam mais duas altas de 0,50 ponto nas últimas reuniões de 2024, levando a Selic para 11,75% ao ano. Diante desse cenário de deterioração macroeconômica, Fedalto acredita que o governo só pode “se salvar” – e, consequentemente, salvar a bolsa brasileira – se mudar de atitude. “O fundo do poço pode ter alçapão a depender da mensagem que o governo passa”, diz. Ele não descarta inclusive um cenário “Venezuela” para o país, ainda que seja pouco provável. Na visão do head de renda variável da Libra Investimentos, escritório associado ao BTG Pactual, os sinais que o governo está emitindo no momento são péssimos. Os gastos não param de subir e, por mais que a arrecadação tenha aumentado também, ela não está sendo suficiente para cobrir tudo. A resposta para os problemas da bolsa brasileira parece estar em Brasília, e não na Faria Lima. Ouça o episódio desta semana do Touros e Ursos, com Rafael Fedalto e com os editores Vinicius Pinheiro e Julia Wiltgen, aqui do Seu Dinheiro. Em um mercado tão desfavorável, onde investir? Apesar dos maus presságios da bolsa, o investidor brasileiro ainda consegue encontrar boas oportunidades no mercado de capitais. O primeiro ativo indicado por Fedalto foi o “básico bem feito”: o Tesouro Selic. Segundo o diretor, trata-se de um investimento sem estresse e ainda tem a vantagem de ter liquidez diária, sem cobrança de corretoras. “Remunera muito acima da inflação, então você tem um ganho real sem risco nenhum”, explica. Ainda no âmbito da renda fixa, ele indica também os títulos IPCA+, que protegem o investidor da inflação, e os prefixados com prazo mais curto. Por fim, Fedalto também falou que é importante aproveitar os produtos isentos, cujos juros sobre juros fazem bastante diferença na rentabilidade final. Os metais associados a teses de tecnologia, como cobre, paládio e platina, também podem ser uma boa pedida, na visão dele. “No fundo a gente não sabe o que vai acontecer, então você tem que ser suficientemente humilde para reconhecer que não dá para saber e diversificar”, comentou. |
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| | MAIS SOBRE O PODCAST Touros e Ursos Sem tabu e sem economês, o podcast do Seu Dinheiro traz todas as semanas os principais destaques do mundo dos investimentos. COLABORAÇÃO Maria Eduarda Nogueira |
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