O Censo divulgado na última sexta-feira mostra que a proporção de mulheres responsáveis por seus domicílios cresceu de 2010 para 2022.
Cresceu também a quantidade de mulheres a frente das cidades brasileiras, embora a proporção seja inferior a de mulheres que comandam os lares.
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Bárbara Blum
Escreve sobre gênero no Todas e apresenta o podcast Modo de Viver. Foi editora-assistente da Ilustrada
Mulheres são 49,1% das responsáveis pelos lares, mas só 13% das prefeitas eleitas
O Censo mostrou uma mudança importante de 2010 para 2022: o percentual de mulheres identificadas como responsáveis pelos domicílios no Brasil foi de 38,7%, em 2010, para 49,1%, em 2022. São cerca de 35,6 milhões de brasileiras, como mostra a reportagem de Leonardo Vieceli e Lucas Lacerda.
Responsável pelo domicílio, segundo o IBGE, é a pessoa de 12 anos ou mais que é reconhecida como tal pelos moradores. Segundo Marcio Minamiguchi, gerente de projeções e estimativas populacionais do instituto, essa mudança pode ser explicada pela maior inserção feminina no mercado de trabalho e por transformações culturais.
O percentual de prefeitas eleitas no último domingo, por outro lado, é bem inferior. Foram 728 mulheres nos 5.570 municípios brasileiros, cerca de 13%, e 244 cidades elegeram prefeitas pela primeira vez. Do total, só três vão comendar capitais.
Nas Câmaras, 732 cidades não vão ter mulher nenhuma na Casa, ou seja, cerca de 13% das cidades do país. São menos cidades sem mulheres no legislativo do que nas eleições de 2020, que resultaram em 928 municípios sem vereadoras.
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