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Mesmo que você acompanhe futebol apenas lateralmente, é improvável que nunca tenha ouvido falar no principal avanço tecnológico dos últimos anos na modalidade: o VAR, ou árbitro de vídeo. Caso você ainda não saiba do que estou falando, eis um breve resumo: uma equipe de árbitros fica enfurnada em uma salinha cheia de telas e equipamentos eletrônicos com a missão de impedir que o juiz lá no campo cometa erros absurdos em lances capitais de uma partida. A tecnologia funciona razoavelmente bem na maior parte do mundo. No Brasil, entretanto, o VAR parece ter piorado o que já ia mal. Não é raro ver gente brigando com a imagem. Se você nunca percebeu ninguém reclamando que “esse VAR só é chamado contra o meu time ou a favor do adversário”, certamente já atingiu um grau existencial mais elevado. Hoje, porém, vai ser preciso descer ao mundo dos mortais porque o VAR vai dar as caras no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Na semana passada, o Copom decidiu cortar a taxa Selic em 25 pontos-base, para 10,50% ao ano. Junto da decisão, os diretores emitiram um comunicado duro, enfatizando o compromisso do colegiado com o combate à inflação. Acontece que a votação foi apertada. Uma parte dos diretores do Copom defendia um alívio mais acentuado nos juros, de 50 pontos-base. Com a votação empatada em 4 a 4, coube ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatar a decisão no último lance. Apesar do tom duro do comunicado, os investidores ficaram ressabiados com a votação dividida. Isso porque os quatro votos por uma taxa de juros mais baixa vieram dos diretores indicados nos últimos meses pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como o mandato de Campos Neto termina no fim do ano e dois diretores mais antigos serão substituídos mais adiante, os analistas agora temem por um Copom não tão duro contra a inflação em um futuro próximo. Além disso, o comunicado que acompanhou a decisão aparentemente não comunicou tão bem quanto pretendia o Copom. Diante disso, a ata da reunião sai na manhã de hoje e deve servir como uma espécie de VAR. Os participantes do mercado a analisarão por diversos ângulos antes de refletirem sua decisão nas telas dos terminais. O dia ainda reserva o índice de preços ao produtor norte-americano (PPI) e aparições públicas de dirigentes do Fed, entre eles o presidente Jerome Powell. Para não perder nenhum lance da revisão da ata do Copom pelo VAR do mercado, acompanhe a cobertura do Seu Dinheiro. |
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O que você precisa saber hoje BALANÇO Petrobras (PETR4) entrega lucro menor no 1T24 e R$ 13,45 bilhões em dividendos. A redução dos proventos se deve ao resultado mais fraco entre janeiro e março deste ano e também ao novo cálculo, que entrou em vigor em julho do ano passado. Veja os números. ENTREVISTA EXCLUSIVA Acabou a queima: ClearSale (CLSA3) gera caixa positivo pela 1ª vez desde o IPO — veja os números do balanço do 1T24 e as apostas do CEO para 2024. Em entrevista ao Seu Dinheiro, o CEO Eduardo Mônaco anunciou dois compromissos para garantir o crescimento sustentável da ClearSale e comenta rumores de venda. CASAMENTO EM PAUSA Menos pressão para a Vale (VALE3)? BHP aumenta oferta para megafusão com a Anglo American — mas a proposta ainda não convenceu. A oferta de aquisição subiu de US$ 39 bilhões para US$ 42,6 bilhões, um aumento de 15% na relação de troca da fusão. COMPANHIA DE ÁGUAS Sabesp (SBSP3) inclui Itaú BBA na lista de bancos para coordenar oferta de ações mesmo com privatização questionada pela oposição. A expectativa é de que a oferta aconteça entre maio e setembro deste ano, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Conselho da estatal. INSIGHTS ASSIMÉTRICOS Vai piorar antes de melhorar? Milei começa a arrumar uma Argentina economicamente destruída. O colunista Matheus Spiess avalia que, em poucos meses, Milei conseguiu diminuir a inflação, cortar os juros e aumentar as reservas do Banco Central da Argentina, mas adverte que o custo social é alto. Uma boa terça-feira para você! |
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| | MAIS SOBRE O AUTOR Ricardo Gozzi É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil. COLABORAÇÃO Dani Alvarenga e Renan Sousa |
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