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Se a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de cortar os juros em 25 pontos-base ocorresse em um jogo de futebol, ela seria aquele lance polêmico que alimenta horas, às vezes dias, de discussões acaloradas. O sétimo corte seguido da taxa Selic levou os juros de referência a 10,50% ao ano no Brasil. Antes da decisão, o mercado estava dividido em relação ao que esperar. Até aqui, tudo bem. A maior parte acertou em cheio na análise. Além de reduzir o ritmo dos cortes, o Copom endureceu o comunicado, mencionando incertezas internas e externas, e abandonou o chamado forward guidance, por meio do qual buscava antecipar seus próximos passos. Outra parte, porém, acreditava que o Copom manteria o ritmo de cortes em 50 pontos-base, o que levaria a Selic a 10,25% ao ano. Não rolou, mas foi por pouco. O placar da votação foi apertadíssimo. Dos nove diretores participantes, cinco votaram pelo corte de 25 pontos-base e quatro defenderam um corte de 50. Além disso, o placar dividiu-se em linhas claras. Os diretores mais antigos votaram pelo corte mais modesto, alinhados com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Já os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram por um alívio maior nos juros. Isso inclui os dois principais candidatos à sucessão de Campos Neto. Os dois lados têm lá suas razões. Os mais conservadores querem fazer tudo o que estiver ao alcance para domar de uma vez por todas o dragão da inflação. Os mais heterodoxos tentam evitar que os juros altos comprometam o crescimento econômico. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumula a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, queria uma revisão do lance no VAR. Para ele, o ritmo do corte de juros “precisa ser maior, sem hesitações”. Aos ouvidos do mercado financeiro, porém, a divergência no Copom soa como o prenúncio de um ajuste. E isso não parece bom. Os investidores tendem a se alinhar com uma leitura mais ortodoxa da situação. Com Roberto Campos Neto em fim de mandato e dois diretores a serem trocados mais adiante, o placar dividido desponta como o prenúncio de que as próximas indicações de Lula ao BC levarão à formação de colegiado supostamente mais leniente com a inflação em um futuro não muito distante. A ver. O fato é que, por hoje, é improvável o surgimento de resultado corporativo, balança comercial da China ou decisão de juros do BoE (o banco central da Inglaterra) capaz de impedir uma correção no Ibovespa, no dólar e nas taxas projetadas dos juros. Para ficar por dentro de como essa mesa-redonda futebol combate no Copom afeta seus investimentos, sintonize na cobertura de mercados do Seu Dinheiro. |
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| | MAIS SOBRE O AUTOR Ricardo Gozzi É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil. COLABORAÇÃO Dani Alvarenga e Renan Sousa |
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