Caro leitor,
Enquanto
o Banco Central brasileiro decidiu seguir um roteiro sem grandes novidades, o Federal Reserve apostou todas as suas fichas em uma Super Quarta com uma trama cheia de reviravoltas e poucas respostas.
A decisão de juros, em si, não foi exatamente uma surpresa. Apesar da preocupação com a solidez dos bancos dos Estados Unidos nas últimas semanas, o BC americano já havia sinalizado que as medidas emergenciais tomadas para evitar o contágio rápido da crise de liquidez seriam suficientes para evitar uma catástrofe.
A
alta de 0,25 ponto percentual foi bem recebida, uma vez que há poucas semanas o consenso era de que seria preciso acelerar o ritmo do aperto monetário em pelo menos 0,50 p.p. como forma de sufocar a inflação.
O início da fala de Jerome Powell, presidente do Fed, parecia caminhar para um desfecho amigável para os mercados já que, confirmando o recado dado pelo comunicado da decisão, deu sinais claros de que o fim do ciclo de alta dos juros está próximo — deixando o mercado convencido de que um ajuste final deve ocorrer em maio.
Powell também alegrou a audiência ao dividir segredos sobre o encontro desta quarta-feira, como o fato de que o colegiado discutiu encerrar a alta dos juros — decisão que não foi tomada com base na confiança de que o sistema bancário americano está sólido.
As sinalizações positivas levaram Wall Street e o Ibovespa a renovaram máximas, com os juros futuros e o dólar à vista passando por forte alívio. O sentimento, no entanto, não perdurou.
Powell afagou com uma mão, mas bateu forte com a outra. O chefe do BC americano fez questão de cortar pela raiz os sonhos daqueles que apostam em uma queda de juros ainda este ano, apontando o cenário como pouco provável — e deixando o púlpito após ter mandado mensagens mistas ao mercado.
As idas e vindas dos principais índices globais foi intensa. E, depois de tocar as máximas, o Ibovespa encerrou o dia no menor patamar do ano, em queda de 0,77% aos 100.220 pontos. O dólar à vista recuou 0,17%, a R$ 5,2370, longe das mínimas da sessão.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.