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Como se posicionar neste cenário de Inflação, Juros e Bolsa?
Durante boa parte da sua história, o Brasil foi duramente afetado pelas consequências econômicas perversas da inflação.
Vale lembrar que, na segunda metade do século XX, o nosso país foi o que acumulou a maior inflação em todo o mundo, o que veio a ser, em grande parte, resolvido pelo Plano Real em 1994.
Apesar de ter havido uma impactante estabilização macroeconômica durante o Governo FHC, nos anos seguintes, o país ainda conviveria com inflação e juros consideravelmente acima não apenas dos mercados desenvolvidos, mas também de seus pares ditos emergentes.
Em 1999, após uma severa crise de desconfiança externa dos mercados internacionais em relação à economia brasileira, foi o instituído o famoso Tripé Macroeconômico, arcabouço baseado em 3 pilares: câmbio flutuante, metas de inflação e responsabilidade fiscal.
Ao longo das décadas subsequentes, os intensos conflitos distributivos da sociedade brasileira combinados com crenças econômicas ingênuas, segundo as quais o país cresceria em decorrência do gasto público elevado, fragilizaram pesadamente a "perna" do equilíbrio das contas públicas.
Assim, a questão fiscal sempre foi, em maior ou menor grau, a principal causa dos elevados juros e inflação no Brasil.
Após a breve digressão no tempo realizada acima, é importante contextualizar que, ao contrário do que ocorria em outros momentos, a inflação não está elevada apenas no Brasil, mas também em países nos quais juros e inflação são bastante controlados há muitas décadas como os EUA, cujo índice inflacionário acumulado nos últimos 12 meses está em 8,5%.
Já era amplamente esperado que os vultosos estímulos monetários e fiscais realizados pelos governos e autoridades monetárias internacionais para mitigar as consequências econômicas do Corona Vírus fossem inflacionários, porém esses impactos foram amplificados pela guerra criada por Vladimir Putin contra a Ucrânia.
Apesar da alta inflação quase generalizada em todo o mundo, os juros internacionais estão próximos de zero ao passo o Brasil já realizou uma parte considerável do necessário ajuste monetário, tendo aumentado a Selic de 2% em 2021 para os atuais 11,75% ao ano.
Segundo as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a taxa de 12,75%, a ser atingida na próxima reunião do COPOM, seria suficiente para domar a inflação brasileira que está em 11,3% nos últimos 12 meses.
Apesar de ser bastante possível e provável que a taxa básica de juros vá além dos 12,75% ventilados pelo presidente da autoridade monetária, é razoável apontar que a maior parte do ajuste monetário brasileiro já foi realizado.
| | | | E o que tudo isso de juros, inflação, Banco Central tem a ver com a bolsa?
Tudo!
Os movimentos do mercado acionário não acontecem unicamente em função do andamento dos negócios das empresas listadas em bolsa, mas são bastante relacionados à atratividade dos investimentos atrelados à Selic.
A elevação da taxa básica de juros, inclusive, tende a aumentar o custo de capital das empresas, o que, por sua vez, reflete negativamente nos preços projetados das ações no mercado financeiro.
Além disso, é válido apontar que uma boa parte da pressão inflacionária é decorrente de alimentos e transporte, cujos preços estão sendo bastante afetados pela guerra na Ucrânia.
Evidentemente que não sabemos quando acabará a guerra, mas quando isso acontecer, é bem provável que ocorra um alívio na inflação e, consequentemente, nas expectativas dos juros internacionais.
Dessa maneira, mesmo que os juros e a inflação estejam em patamares alarmantes no Brasil e no exterior, os momentos de incerteza e de estresse macroeconômico devem ser usados como pontos de entrada em investimentos em renda variável pelo investidor de longo prazo.
Historicamente, os momentos de pico nos juros são os melhores pontos de entrada para horizontes de longo prazo na renda variável tanto para quem busca dividendos quanto valorização das suas ações. | | | | Por fim, diante do cenário macroeconômico desafiador exposto acima, para ganhar dinheiro com investimentos financeiros no longo prazo, quero te apresentar o Plano VG VIP!
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Um excelente Domingo a todos e até a próxima!
Milton Rabelo
Analista CNPI 2444 | | | | |