Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba, partiu nesta sexta (18). Dono de várias obras-primas da música, seu legado é um marco na cultura brasileira por sempre celebrar as raízes, a história e a beleza do povo negro. Arlindo fez sucesso com canções como "Meu Lugar", "O Bem", "O Que É o Amor?" e "O Show Tem Que Continuar". Escreveu músicas que ficaram famosas na voz de vários artistas, como "Grande Erro" (Beth Carvalho), "Novo Amor" (Alcione), "Bagaço da Laranja" (Zeca Pagodinho) e "Tá Perdoado" (Maria Rita). Entre tantas canções, "Negritude Axé", composta com Bandeira Brasil, não está entre as mais conhecidas, mas é um manifesto dessa herança deixada por ele, ao costurar referências a ícones como Clementina de Jesus, Grande Otelo, Martinho da Vila, Zumbi e Nelson Mandela, conectando arte, resistência e identidade. O verso "Negro é lindo, é raiz é a vida" sintetiza sua visão. Arlindo cantou um Brasil na melhor versão que uma roda de samba pode proporcionar. A causa da sua morte ainda será divulgada pela família. O artista estava internado desde maio por conta de uma pneumonia. |