Bom dia, investidor, Confira os destaques desta quinta (10): - Trump impõe tarifa de 50% a produtos do Brasil, e Lula promete retaliação
- Inflação desacelera em junho, mas energia elétrica pressiona orçamento
Trump impõe tarifa de 50% a produtos do Brasil, e Lula promete retaliação- O mercado brasileiro deve abrir sob forte tensão nesta quinta-feira (10) após o anúncio de uma tarifa inédita de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A decisão foi tomada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e comunicada por carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As tarifas entram em vigor em 1º de agosto e atingem em cheio setores estratégicos da economia nacional, como siderurgia, petróleo, aeronáutica e produtos químicos.
- O governo brasileiro foi pego de surpresa, já que representantes dos dois países estavam em negociações comerciais e a balança entre Brasil e EUA é superavitária para os americanos. Em tom político, Trump alegou que a medida é uma resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF e a supostas restrições à liberdade de expressão de empresas de tecnologia norte-americanas.
- A resposta do Palácio do Planalto veio ainda na noite de quarta-feira. Lula declarou que acionará a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril, para aplicar tarifas equivalentes a produtos dos EUA. A embaixadora brasileira em Washington foi chamada para consultas, e a carta enviada por Trump foi devolvida, sob o argumento de conter acusações falsas e linguagem ofensiva.
- Nos mercados, o impacto foi imediato. O Ibovespa fechou em queda de 1,31%, aos 137.480,79 pontos, e o dólar subiu 1,06%, cotado a R$ 5,50. Os juros futuros avançaram, refletindo o aumento da percepção de risco e o temor de que o conflito comercial afete a inflação e os investimentos estrangeiros. Com os Estados Unidos respondendo por cerca de 15% das exportações brasileiras, o efeito sobre a balança comercial pode ser significativo nos próximos meses.
Inflação desacelera em junho, mas energia elétrica pressiona orçamento - O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,24% em junho, levemente abaixo do resultado de maio (0,26%), segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. Embora o resultado indique um cenário de inflação sob controle, o índice segue pressionado por fatores pontuais, com destaque para o aumento da energia elétrica residencial.
- A conta de luz subiu 2,96% no mês, sendo o item de maior impacto individual no IPCA de junho, com contribuição de 0,12 ponto percentual. O avanço está diretamente ligado à adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que encarece o custo da energia devido ao acionamento de usinas termelétricas. No acumulado de 2025, a energia elétrica já subiu 6,93%, maior alta para o primeiro semestre desde 2018, quando o avanço foi de 8,02%.
- A trajetória da energia em 2025 tem sido marcada por oscilações. Após a queda em janeiro com o bônus de Itaipu, houve alta em fevereiro, estabilidade nos meses seguintes sob bandeira verde, seguida por bandeira amarela em maio e vermelha em junho. Esse padrão reflete as condições hidrológicas desfavoráveis, que exigem geração mais cara.
- Com o resultado de junho, o IPCA acumula alta de 2,99% no ano e de 5,35% em 12 meses. Apesar de estar em um patamar considerado moderado pelo mercado, a inflação segue acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central, que gira em torno de 3,0% a 3,5% ao ano. A pressão nos custos de energia reforça a vulnerabilidade do índice a choques tarifários e climáticos, e mantém o tema no radar de famílias e investidores.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na quarta (9): - Dólar: 1,06%, a R$ 5,503.
- B3 (Ibovespa): -1,31%, aos 137.480,79 pontos.
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