Bom dia, investidor, Confira os destaques desta quinta (31): - Desemprego atinge 5,8% e marca menor nível da série histórica iniciada em 2012
- EUA impõem tarifa de 50% ao Brasil, mas aliviam setores estratégicos
- Super Quarta: Copom e Fed mantêm juros e adotam tom de cautela
- Inflação nos EUA: atenção ao PCE
- Temporada de balanços: Vale, Ambev, Apple e Amazon no radar
Desemprego atinge 5,8% e marca menor nível da série histórica iniciada em 2012- A taxa de desocupação no Brasil recuou para 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025, atingindo o menor nível desde o início da série histórica da PNAD Contínua Mensal, em 2012. O dado representa uma queda de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (7%) e de 1,1 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024 (6,9%).
- Segundo o IBGE, o número de pessoas desocupadas caiu de 7,6 milhões no primeiro trimestre para 6,3 milhões entre abril e junho, redução de 17,4% no período. Na comparação anual, o recuo foi de 15,4%, com 1,1 milhão de pessoas a menos em situação de desemprego.
- Além da melhora nos índices de ocupação, o país registrou recordes em outros indicadores do mercado de trabalho. A taxa de participação na força de trabalho atingiu 62,4%, e o nível da ocupação chegou a 58,8%, igualando o maior patamar anterior, registrado no trimestre de setembro a novembro de 2024. Também foi recorde o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, com 39 milhões de pessoas formalizadas.
- A taxa de informalidade foi de 37,8%, ligeiramente inferior aos 38% registrados no trimestre anterior e aos 38,7% de um ano atrás. Ainda que o número de empregados sem carteira tenha aumentado (13,5 milhões), houve crescimento no contingente de trabalhadores por conta própria com CNPJ, indicando maior formalização entre os autônomos.A combinação desses dados reforça a tendência de fortalecimento do mercado de trabalho em 2025, mesmo em um cenário de juros elevados e incertezas externas.
EUA impõem tarifa de 50% ao Brasil, mas aliviam setores estratégicos - O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou oficialmente uma nova tarifa de importação de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50% em diversas categorias. A medida entra em vigor no próximo dia 6 de agosto e atinge a maioria das exportações brasileiras destinadas ao mercado americano.
- Apesar da rigidez da ação, alguns setores foram poupados, o que trouxe alívio parcial a segmentos estratégicos da economia brasileira. Estão isentos da tarifa os seguintes produtos: aeronaves civis e peças de aviação (o que beneficia a Embraer), suco e polpa de laranja, combustíveis e derivados de petróleo, minérios como ferro, alumínio, cobre, estanho e metais preciosos, celulose e polpa de madeira, fertilizantes, produtos energéticos e nozes brasileiras. As exceções refletem interesses comerciais bilaterais e a atuação de lobbies de grandes empresas, tanto nos EUA quanto no Brasil.
- No texto do decreto, Trump acusa o governo brasileiro de representar uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e cita supostas violações de direitos humanos, mencionando nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O documento também deixa em aberto a possibilidade de novas sanções caso o Brasil adote medidas retaliatórias, mas abre uma janela para revisão da sobretaxa caso haja maior alinhamento político entre os países.
- O impacto imediato foi sentido nos mercados. O dólar oscilou com força ao longo do dia, indo de R$ 5,617 a R$ 5,536, refletindo a aversão ao risco e o reposicionamento de investidores diante das incertezas comerciais. O Ibovespa, por sua vez, teve um desempenho positivo e encerrou o pregão com alta de 0,93%, aos 133.972 pontos. O principal destaque do dia foi a Embraer (EMBR3), que subiu mais de 10% com a notícia de que o setor de aviação foi poupado da nova tarifa americana.
Super Quarta: Copom e Fed mantiveram juros e adotam tom de cautela - No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, encerrando um ciclo de sete altas consecutivas iniciado em setembro do ano passado. Essa é a maior taxa de juros desde 2006 e reflete a estratégia da autoridade monetária de manter a inflação sob controle, mesmo diante de sinais de desaceleração da atividade econômica.
- Em seu comunicado, o Copom justificou a decisão pelo recuo da inflação nos últimos meses, pela desaceleração em curso na economia brasileira e pelas incertezas externas, especialmente as recentes tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. O tom da mensagem foi de forte cautela. O comitê afirmou que a política monetária continuará restritiva por um "período bastante prolongado" e deixou em aberto a possibilidade de novos aumentos caso o cenário inflacionário piore ou o câmbio se desvalorize ainda mais.
- Nos EUA, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, também não alterou sua taxa básica de juros, que ficou no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. Foi a quinta reunião consecutiva sem mudanças, em linha com as expectativas do mercado.
- Apesar de reconhecer uma leve perda de ritmo no crescimento econômico, o Fed destacou que a inflação segue acima da meta de 2% e que o mercado de trabalho permanece robusto. Por isso, decidiu manter uma postura de espera antes de considerar cortes de juros.
- As duas decisões refletem um cenário de política monetária global marcada por prudência, com bancos centrais atentos à persistência inflacionária e às incertezas no comércio internacional. No Brasil, analistas já projetam a Selic em níveis elevados até pelo menos 2026, e nos EUA, os juros devem seguir nos atuais patamares até que haja sinais mais consistentes de alívio inflacionário.
Inflação nos EUA: atenção ao PCE- O índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE), que será divulgado hoje às 9h30, é um dos indicadores mais aguardados do dia. Trata-se do principal termômetro da inflação nos Estados Unidos e a referência prioritária do Federal Reserve para definir sua política de juros.
- A expectativa para o dado mensal é que ele confirme a persistência dessas pressões inflacionárias, o que deve reforçar a estratégia cautelosa do Fed. O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, segue em níveis elevados, sinalizando que a trajetória de desinflação nos Estados Unidos ainda está longe de ser consolidada. Um número acima do esperado pode impactar as projeções para os juros e afetar o desempenho dos mercados globais.
Temporada de balanços: Vale, Ambev, Apple e Amazon no radar- A quinta-feira também será marcada por uma nova rodada de divulgação de resultados corporativos, com atenção dividida entre empresas brasileiras e gigantes globais. No Brasil, os destaques antes da abertura do mercado ficam por conta da Ambev (ABEV3), que apresentará seus números trimestrais e deve trazer pistas sobre o desempenho do setor de bebidas e consumo interno.
- Após o fechamento do pregão, será a vez da Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Irani (RANI3), Marcopolo (POMO4) e Mercado Livre (MELI34) divulgarem seus balanços. Os dados dessas companhias terão papel importante para o Ibovespa, especialmente por sua representatividade em setores como mineração, siderurgia, transporte e tecnologia.
- No cenário internacional, os olhos se voltam para a Apple (AAPL34) e a Amazon (AMZO34), que também apresentam seus resultados hoje. A Apple divulgará seus números após a WWDC25, com expectativa elevada sobre o desempenho do iPhone 16, lançado recentemente com forte apelo em inteligência artificial. Também há expectativa de informações sobre as vendas de iPads e Macs.
- Já a Amazon é apontada por analistas como uma das apostas mais sólidas desta temporada de balanços, impulsionada por três frentes de receita: o varejo via Amazon Prime, a divisão de computação em nuvem (AWS) e a área de publicidade, que tem apresentado margens operacionais robustas.
- Os resultados dessas empresas têm potencial de provocar movimentações relevantes nos principais índices globais, como Nasdaq e S&P 500, dado seu peso na composição dessas carteiras.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na quarta (30): - Dólar: 0,38%, a R$ 5,590.
- B3 (Ibovespa): 0,95%, aos 133.989,73 pontos.
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