O escandaloso divórcio entre Trump e Musk continua animando colunistas do UOL e da Folha. Demétrio Magnoli analisa o jogo de forças no governo norte-americano e assinala que, com a saída acrimoniosa do ricaço, a ala tecno-libertária perde poder para a nacional-populista, que ele descreve assim: "Representados pelo vice J.D. Vance, pelo ideólogo Steve Bannon e por Pete Navarro, arquiteto da guerra tarifária, formam o eixo do governo e fornecem as bandeiras do movimento Maga. Na esfera geopolítica, são isolacionistas, restaurando o compasso estratégico que predominou no entreguerras. No campo dos valores, resgatam os conceitos reacionários de Pat Buchanan, antigo líder da ala cristã republicana. Sobretudo, porém, são populistas econômicos dispostos a conduzir as aventuras do protecionismo tarifário e de um expansionismo fiscal sem freios." Hélio Schwartsman, que admite estar se divertindo com a refrega, acredita que ela tem algum valor didático: "A disputa escancara pontos fracos da democracia americana, em especial no que diz respeito ao financiamento de campanhas e na posterior retribuição de doadores com favores do governo. Se tivessem juízo, legisladores e magistrados começariam a repensar essas questões". Outro aspecto que a briga ilumina, na visão de Leonardo Sakamoto, é o da regulamentação das redes sociais. "Elon Musk cavalgou o X para atacar Donald Trump, que pilotou a Truth Social contra o ex-primeiro-amigo. Com os algoritmos viciados para beneficiar seus próprios donos em termos de distribuição e milhões de seguidores amplificando a pancadaria, as contas de ambos viraram armas de destruição", escreve, para concluir em seguida: "É inadmissível que dois bilionários ególatras, arrogantes e prepotentes, com tendência sociopata, tenham total controle sobre as regras do debate público que ocorre em suas plataformas privadas, usando algoritmos opacos que privilegiam eles mesmos e aquilo com o que concordam". A coluna vai mais longe, e recomendo a leitura de todas. |