Um comitê do Congresso dos EUA propôs uma lei que cria sanções contra Alexandre de Moraes. Em seguida, o próprio governo Trump foi ao X mandar um recado ao Brasil: "O respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão." A temperatura subiu, mas, por enquanto, o entrevero ainda é retórico, e o governo brasileiro deve continuar reagindo pragmaticamente. Raquel Landim avalia, porém, que "se o governo Trump aplicar sobretaxas contra produtos brasileiros ou realmente tirar o visto de Moraes, haverá medidas proporcionais do Brasil". De todo modo, bolsonaristas se animaram com o movimento dos EUA. Para Leonardo Sakamoto, à toa. "Esse negócio contra o Xandão serve para animar público bolsonarista no Brasil, animar o Musk, mas, do ponto de vista do julgamento do Bolsonaro, tem efeito prático zero. Não vai mudar voto do Supremo e não vai trazer voto de ninguém em 2026 para além dos que a extrema direita já têm garantidos. Pelo contrário: a depender dessa aliança do golpismo norte-americano com o golpismo brasileiro, isso pode gerar até uma identidade reativa nesse processo", disse ao UOL News. Wálter Maierovitch ainda vê espaço para uma aproximação entre Lula e Trump baseada na exploração de matérias-primas. A coluna na íntegra está aqui. E, como estamos falando do governo dos EUA, recomendo a leitura de coluna de Maria Hermínia Tavares, da Folha, em que a pesquisa avalia o impacto das ações de Trump na democracia norte-americana. |