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O dólar não para de subir. Depois de começar o ano na faixa de R$ 4,85, a moeda norte-americana chegou a atingir na terça-feira a marca de R$ 5,70 antes de ceder parte dos ganhos e terminar o dia em R$ 5,67. Há uma série de razões para essa alta de 17% do dólar em relação ao real no que vai de 2024. A principal delas é a manutenção de juros altos por mais tempo do que se esperava nos Estados Unidos. Mas não é a única. Nos últimos dias, em meio a uma série de entrevistas com o objetivo de promover ações de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para acionar a metralhadora verbal contra o Banco Central. Na visão de Lula, não haveria a necessidade de uma política tão restritiva de juros no Brasil. É isso, segundo ele, que impede o País de deslanchar, uma vez que a atividade econômica segue aquecida e gerando emprego. A crítica à condução da política monetária não é nova, mas vem sendo interpretada como uma suposta predisposição do presidente para interferir nos juros depois da saída de Roberto Campos Neto, cujo mandato expira nos próximos meses. Muitas das falas de Lula nessas entrevistas recentes saíram atravessadas e provocaram ruídos no mercado financeiro. O Ibovespa talvez tenha deixado de subir, mas passou relativamente incólume à artilharia de Lula. O que pegou mesmo foi o dólar. E isso é um problema para as intenções de Lula. Enquanto a bolsa muitas vezes apresenta movimentos descolados da economia real, o dólar tem impacto direto sobre o bolso dos brasileiros, sejam eles ricos ou pobres. No entanto, Lula parece ter finalmente percebido que algo não vai bem na comunicação. O presidente convocou seus ministros da área econômica para uma reunião na tarde de hoje. O tema, antecipado pelo próprio Lula, é a alta do dólar. Para ele, o real está sob ataque especulativo. O volume recorde de posições vendidas de investidores estrangeiros contra a moeda brasileira é um bom argumento a favor dessa interpretação. Vale lembrar ainda que o fluxo cambial acumulado no que vai do ano é positivo em mais de US$ 10 bilhões, sustentado principalmente pela balança comercial. É preciso considerar também o efeito manada, muito comum em situações de estresse no mercado financeiro. No entanto, circulam nas mesas de câmbio relatos de contato feitos pelo próprio Banco Central tentando entender uma alta tão acelerada do dólar contra uma moeda amparada por um colchão de liquidez de US$ 350 bilhões. Seja como for, quem pretende aproveitar a oportunidade para ao menos ajustar a comunicação é o ministro Fernando Haddad. Segundo apuração do jornalista Kennedy Alencar, colunista do portal UOL, o ministro pretende enfatizar ao presidente que os ruídos na comunicação vão contra os interesses do próprio governo. Isso porque a alta expressiva do dólar tem elevado potencial de impacto sobre as expectativas futuras de inflação. E, se elas subirem, o Banco Central fica sem espaço para cortar os juros — ou talvez precise até voltar e subi-los. Onde investir no segundo semestre |
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| | MAIS SOBRE O AUTOR Ricardo Gozzi É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil. COLABORAÇÃO Dani Alvarenga e Renan Sousa |
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