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Bolha dos carros chineses? Entenda se há espaço para tantas marcas novas no Brasil

Quase um em cada dez carros zero km vendidos no Brasil é chinês. Contando marcas as que já circulam e as anunciadas para 2026, já são 19 chinesas por aqui. Fica a pergunta: é bolha?

No mundo dos carros totalmente elétricos, o grande entrave é um ciclo vicioso: não há tantos carros elétricos porque existem poucos carregadores nas estradas. E são poucos carregadores nas estradas porque há poucos carros elétricos.
No Brasil, são 17 mil pontos de recarga apenas. Dá 0,16 carregador para cada bomba de combustível que temos por aqui. Na China, onde os elétricos puros já caminham para virar maioria, a relação é inversa: são sete carregadores para cada bomba.

Com isso, os carros totalmente elétricos seguem num nicho de 3% do mercado brasileiro. Dá para crescer, claro. Mas, por ora, há uma multidão de marcas brigando por um pedaço pequeno. A não ser que a própria China decida investir em carregadores no Brasil para acabar com o nosso ciclo vicioso.

Hoje vamos falar sobre:

⛽️ A disputa pelos ativos da Raízen na Argentina

🍺 Ambev vs. Heineken em Minas

⚙️ A adoção de IA no trabalho é lenta e irregular

☕️ O café brasileiro está mudando de sabor

HIGHLIGHTS

🌬️ Novos ventos na Vale

A Vale e a EDF firmaram um acordo que dá à mineradora o direito de comprar até 95% do complexo eólico Jacobina, na Bahia, segundo a Folha. A energia gerada abastecerá Salobo e Onça Puma, operações de cobre e níquel da Vale no Pará. A transação ainda depende do aval do Cade.

🏥 Patria compra último ativo da UnitedHealth na América do Sul

A UnitedHealth, gigante americana de saúde, vem desmontando sua operação na América do Sul desde 2022. Agora, vendeu seu último ativo na região: a Banmedica, operadora de planos de saúde que atua no Chile e na Colômbia. Quem comprou foi o Patria, fundo brasileiro de private equity, por US$ 1 bilhão.

⛽️ A disputa pelos ativos da Raízen na Argentina

A Raízen quer vender a refinaria Dock Sud, em Buenos Aires, e uma rede de 700 postos na Argentina. Duas gigantes globais de comercialização de energia, a Mercuria e a Vitol, estão entre as finalistas na disputa. O negócio pode sair por até US$ 1,6 bilhão, segundo uma fonte da Bloomberg.

UMA IMAGEM

Ontem, a Ambev inaugurou a expansão de sua fábrica em Uberlândia (MG), após investir R$ 1,3 bilhão.

Com isso, a empresa planeja dobrar a produção de rótulos do segmento premium, como Stella Artois, Corona e Spaten.
A Ambev vem numa disputa acirrada com a Heineken pela liderança nesse segmento. Em novembro, a concorrente inaugurou uma nova fábrica em Passos, também em Minas, após investir R$ 2,5 bilhões.

Na foto: engradados de cerveja da Ambev (Reuters).

Paradoxo de Solow: a adoção de IA no trabalho é lenta e irregular

Em 1987, o economista Robert Solow notou que adotar novas tecnologias não tornava automaticamente as empresas mais eficientes. Ele resumiu assim: "a era dos computadores está em toda parte, menos nas estatísticas de produtividade". Esse fenômeno ficou conhecido como Paradoxo de Solow.

Só anos depois o ganho de produtividade começou a aparecer – quando as organizações reorganizaram os fluxos de trabalho, treinaram os funcionários e mudaram a cultura interna para aproveitar aquela tecnologia de fato.
Na era da IA, o Paradoxo de Solow está de volta: mesmo em empresas que investem pesado em IA, a adoção da tecnologia é lenta.

Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português.

UM NÚMERO

22%

Foi quanto a dívida líquida das empresas da bolsa cresceu em um ano, segundo um levantamento da Quantum Finance feito a pedido do InvestNews.

A alavancagem dessas companhias subiu 77% no 3º trimestre, para 2,3 vezes.
Esse indicador mostra quantos anos a empresa levaria para quitar suas dívidas usando só o lucro operacional.

UMA FRASE

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"Eu sei quem vou escolher, sim."

Donald Trump, o presidente dos EUA, sobre seu indicado para comandar o Fed. O mandato de Jerome Powell termina em maio de 2026. Hoje, o nome mais cotado para assumir o lugar é Kevin Hassett, atual diretor do Conselho Econômico da Casa Branca.

VALE PARAR PARA LER

☕️ O café brasileiro está mudando de sabor

O Brasil é o maior produtor mundial de café arábica, um grão de sabor mais suave. Mas os cafezais do país vêm sofrendo com secas mais intensas e calor fora de época. Por isso, alguns produtores estão migrando para o robusta – mais resistente a temperaturas altas, mas com um gosto mais amargo. Na safra deste ano, a produção de robusta cresceu quase 22%, um recorde.