Debêntures, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) ofereceram retornos mais atrativos do que títulos como CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) no mês de julho, de acordo com levantamento da Quantum Finance feito a pedido do UOL. Os CDBs chegaram a ter retorno de 15% ao ano em julho, as LCAs alcançaram 13,20% a.a., e as LCIs, 14,20% a.a., segundo a pesquisa da Quantum. Por outro lado, debêntures, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) registraram ganhos de 130,4%, 116,9% e 103,7% da taxa DI (Depósitos Interfinanceiros) o equivalente a 19,44% a.a, 17,39% a.a. e 15,45% a.a., respectivamente. Qual investimento vale mais a pena?Instrumentos de crédito privado podem ajudar na diversificação da carteira, mas sempre é importante verificar a qualidade de crédito e aspectos como liquidez e vencimento dos investimentos. CDBs oferecem segurança via FGC (Fundo Garantidor de Crédito) e boa liquidez. LCIs e LCAs têm isenção de imposto de renda, mas menor liquidez. Debêntures podem pagar mais, mas exigem análise de crédito. CRIs e CRAs, também isentos de IR, têm prazos mais longos e são adequados para quem pode manter até o vencimento. Lucas Garrido, diretor de investimentos da plataforma de investimentos alternativos Altxs A melhor escolha depende do objetivo do investidor. Segundo o sócio-fundador da gestora de recursos Garoa Wealth Management, Carlos Müller, se a escolha tiver como foco maior liquidez, os CDBs com liquidez diária costumam ser a melhor alternativa. Ele afirma que é possível encontrar opções no mercado com rentabilidade de 15% a.a., considerando o atual patamar da Selic e prêmios de 100% do CDI. LCIs e LCAs são atraentes para o longo prazo, quando as emissões são de bancos de primeira linha. Tanto as LCIs e as LCAs quanto as debêntures são isentas IR para emissões feitas até dezembro próximo. Debêntures incentivadas figuram entre boas alternativas. Para o diretor de gestão da gestora de investimentos Hike Capital, Angelo Belitardo, essa é a melhor opção. "Existe uma tendência clara de um fluxo de capital sendo direcionado para a classe de debêntures incentivadas indexadas ao CDI e expostas a emissores com baixo risco de crédito", diz. Além disso, ele aposta que o fim do ciclo de altas nos juros reduz o risco de marcação a mercado negativa nos títulos. Hoje, a Selic está em 15% ao ano e só deve voltar a cair em 2026, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. Como montar a carteira com opções pré e pós-fixadas?Pós-fixados podem fazer parte da estratégia de curto prazo do investidor. Para Garrido, da Altxs, essa é uma estratégia eficiente para aproveitar os juros altos. Prefixados e IPCA+ podem garantir taxas elevadas quando os juros recuarem. Assim, afirma Garrido, o investidor pode proteger o poder de compra de seus investimentos. Já Araújo, da Zero Markets, diz que o momento é importante para reorganizar a carteira. Ele acredita que os prefixados são interessantes para "travar" um prêmio mais alto neste momento, pensando na baixa dos juros no futuro. O investidor deve ajustar os percentuais de cada tipo conforme seu perfil e objetivos: quem valoriza segurança pode concentrar em pós-fixados, enquanto investidores que aceitam mais volatilidade podem aumentar a fatia em prefixados e IPCA+, visando retorno extra, caso o cenário de queda de juros se concretize. Otávio Araújo, consultor sênior da Zero Markets Brasil |