Deputados e senadores de oposição ao governo, a maior parte deles do PL, sentaram-se às mesas dos plenários da Câmara e do Senado com fitas adesivas na boca para impedir as sessões plenárias ontem na volta dos trabalhos legislativos após o recesso. Os parlamentares disseram que vão obstruir as sessões até que os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, decidam colocar em votação o projeto que concede anistia aos acusados de golpismo, além do texto do fim do foro privilegiado e o que pede impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. Alcolumbre e Motta encerram sessões e convocam reunião de líderes. Informados por interlocutores sobre o motim, os dois líderes marcaram para hoje uma reunião de líderes para forçar a retomada dos trabalhos legislativos. Alcolumbre afirmou que o Congresso tem a obrigação de apreciar projetos que são essenciais ao povo brasileiro. Ele pediu ainda "serenidade" e "bom senso", e chamou a atitude da oposição de "exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos". Motta disse que a reunião de líderes vai tratar da pauta da Casa "com base no diálogo e no respeito institucional". O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, disse que os parlamentares da oposição vão continuar ocupando as mesas do Senado e da Câmara e que ele só participará da reunião de líderes se for com Motta e Alcolumbre juntos. Leia mais. Tarifaço sobre produtos exportados aos EUA começa a valer. A partir de hoje, mais de 3.800 produtos brasileiros que embarcarem para os Estados Unidos serão taxados em 50%. As tarifas impactam 95 categorias e atingem 36% das exportações do Brasil aos EUA, segundo o governo brasileiro, incluindo itens importantes na relação comercial entre os dois países, como máquinas agrícolas, carnes e café. O decreto de Donald Trump deixou de fora cerca de 700 produtos que incluem, por exemplo, derivados de petróleo, produtos de aviação civil e suco de laranja. Aço, alumínio e autopeças também são sujeitos a tarifas setoriais específicas. O governo ainda segue em negociações com os EUA para tentar melhorar a situação de alguns itens, como a carne e o café. Leia mais. Prisão de Bolsonaro irrita ministros do STF e pode ser reconsiderada. De acordo com a colunista da Folha Mônica Bergamo, magistrados da Primeira Turma e também de fora dela consideraram que a decisão do ministro Alexandre de Moraes de decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro na segunda-feira foi exagerada, desnecessária e insustentável do ponto de vista jurídico. Do ponto de vista técnico, magistrados ouvidos pela colunista consideram que não faz sentido Moraes afirmar, em decisão anterior, que Bolsonaro estava liberado para "proferir discursos em eventos públicos ou privados" e na sequência mandar prendê-lo porque ele falou a manifestantes em Copacabana por ligação de vídeo. Integrantes do STF disseram ainda que a decisão acabou por quebrar o consenso que existia até então entre amplos setores do empresariado, da imprensa e da opinião pública de que os ataques do presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil estavam tendo respostas adequadas do STF. Saiba mais na coluna. Datafolha mostra que Congresso tem alta de reprovação da população. Levantamento do Instituto Datafolha divulgado ontem aponta que 78% dos brasileiros consideram que os congressistas atuam mais em prol de seus próprios interesses do que dos interesses do país e da população. Apenas 18% pensam o contrário. Dos entrevistados, 35% dizem considerar ruim ou péssimo o desempenho do Legislativo, contra 18% de ótimo ou bom. Em março do ano passado, nas gestões de Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco no Senado, o Datafolha havia apontado uma melhora na avaliação do Congresso, com reprovação de 23% e aprovação de 22%. A pesquisa mostrou ainda que 73% dos entrevistados disseram considerar que os congressistas tratam melhor os ricos que os pobres (só 5% disseram ver o contrário). Veja os números. |