| Alexandre Versignassi | Ouça a versão em áudio: | | | E se Trump exigir tarifa zero para os produtos americanos no Brasil? | | Se houver algum acordo com Trump por aqui, é bem provável que a coisa envolva tarifa zero para os Estados Unidos – foi o que aconteceu na negociação com a União Europeia, afinal. Por um lado, não faria tanta diferença. Metade do que importamos deles, em termos de valor, já não paga nada. | O grosso aí é diesel e gás natural. Questão de segurança energética: se falta no país, instaura-se o caos. Mas entre as coisas do dia a dia, tipo roupa, tênis, carro, boa parte fica na tarifa máxima, de 35%. Sem esse imposto, o preço final de importados dos EUA cairia mais ou menos 25%. Bastante.
| É por conta dos impostos em cascata: um corte no de importação reduziria também o IPI e o ICMS, lá na frente. Um Ford Mustang, por exemplo, ficaria R$ 130 mil menos caro. | Leia mais nesta reportagem do InvestNews. |
|
| Hoje vamos falar sobre: 💼 Voto de minerva na CVM 🏭 Na Braskem, um plano alternativo a Tanure 🌐 A fragilidade da nova ordem comercial de Trump 📉 As decisões da superquarta |
|
| | HIGHLIGHTS | 🛣️ O lucro da Motiva | A Motiva (ex-CCR) divulgou um lucro de R$ 897 milhões no 2º trimestre – mais que o triplo do registrado um ano antes. Mas esse salto veio, principalmente, de um efeito contábil: a empresa renegociou as regras do contrato da BR-163. E ganhou o direito de pagar menos imposto no futuro – um crédito fiscal de R$ 480 milhões que entrou no balanço como um ganho. | 💼 Voto de minerva na CVM | Há uma semana como presidente interino da CVM, Otto Lobo votou contra a OPA da Ambipar, ou seja, impediu o fechamento de capital da empresa. Isso bateu de frente com a decisão do ex-presidente João Pedro Nascimento, que tinha acabado de votar a favor da OPA. | 🎟 Nova aquisição do iFood | O iFood comprou 20% da CRMBonus, uma startup brasileira que cria cupons e programas de fidelidade para o varejo. O valor não foi divulgado, mas a negociação prevê que o iFood possa comprar 100% da empresa no futuro, por até R$ 10 bilhões. As duas já eram parceiras – hoje, a CRMBonus cuida dos benefícios do Clube iFood. | | O MELHOR DO INVESTNEWS | Exclusivo: enquanto Tanure negocia controle da Braskem, bancos e gestora fortalecem plano alternativo | | O mercado está de olho na proposta de Nelson Tanure para comprar a Braskem. Mas, nos bastidores, um plano alternativo vai ganhando corpo. Ele foi articulado pela gestora IG4, em parceria com os bancos credores da Novonor – a antiga Odebrecht, que detém 50% da Braskem. | Além da reestruturação da dívida e de um aporte de capital, o plano prevê dar mais influência à Petrobras na escolha de executivos e migrar a Braskem para o Novo Mercado – segmento da bolsa com regras mais rígidas de governança. Mas há uma trava formal para que a medida avance: em 23 de maio, Tanure assinou um contrato de exclusividade com a Novonor, válido por 90 dias. O período termina em 21 de agosto.
| Leia mais nesta reportagem de Rikardy Tooge e Lucinda Pinto. |
|
| | | | A fragilidade da nova ordem comercial de Trump | | | Por ora, Trump conseguiu redesenhar as relações dos EUA sem estourar uma guerra comercial. Ele sacou que, para a maioria dos países, seria melhor engolir um acordo ruim do que perder completamente o acesso ao mercado americano. Fora a China, só a União Europeia teria fôlego para bancar uma retaliação. Mas preferiu não arriscar, já que depende do apoio militar dos EUA à Ucrânia e à OTAN. | Só que a vitória de Trump é instável. Primeiro, porque o tarifaço foi construído por decreto, sem o aval do Congresso – o que abre espaço para que a Justiça conteste tudo. Depois, porque os acordos são impopulares nos países afetados – o que aumenta a pressão política para revê-los. Nomes da ultradireita, que têm ganhado espaço na UE, já fazem barulho contra o arranjo por lá.
| Marine Le Pen, favorita na eleição presidencial francesa de 2027, chamou o acordo com os EUA de "fiasco político, econômico e moral". Alice Weidel, do partido Alternativa para a Alemanha, escreveu que "a UE se deixou ser brutalmente roubada". | Leia mais nesta reportagem do Wall Street Journal, em português. | |
|
| | UMA FRASE | | ❝ | | | "Os Estados Unidos não produzem esses itens. Então, poderiam entrar com tarifa zero." | | | | Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, sobre itens que não são cultivados no país – tipo café, cacau, manga e abacaxi. Seria bom para o Brasil, maior fornecedor de café dos EUA e responsável por 34% do que eles importam. Só na última safra, os americanos compraram 7,5 milhões de sacas – são o nosso principal cliente. |
|
| | UM GRÁFICO | | | | Hoje é mais uma superquarta: os astros e planilhas se alinham para que os bancos centrais do Brasil e dos EUA decidam, no mesmo dia, os rumos de suas políticas monetárias. Não é um evento tão raro assim. Das 44 reuniões do Copom desde 2020, metade coincidiu com os encontros do Fed. Este ano, todas as decisões rolaram em superquartas. | | Hoje deve rolar mais uma vez. Nos EUA, o consenso do mercado é de que o Fed irá manter a taxa de juros a 4,5%. Aqui, as apostas são de que o BC seguirá com a Selic em 15%. | | VALE PARAR PARA LER | 💰 Como extrair milhões de um bilionário Val Sklarov, um americano nascido na Ucrânia, tomou controle de mais de US$ 750 milhões em ações de executivos em vários países. O golpe: para passar credibilidade, ele criava empresas com nomes de famílias tradicionais do mercado financeiro – como Astor e Rothschild. Então, firmava contratos de empréstimos com ações como garantia. Aí vendia os papéis e sumia com o dinheiro. |
|
| É isso. Boa quarta-feira! | | Curadoria e textos: Camila Barros Edição: Alexandre Versignassi Design: João Brito | | Recebeu a newsletter de alguém? | | | | Trading Strategies Statistics Don't Care About Opinions | | Inscrever-se |
|
|