Bom dia, investidor, Confira os destaques desta terça (29): - Governo tenta poupar alimentos e Embraer do tarifaço dos EUA
- Trump mantém tom duro: tarifas de até 20% começam nesta semana
- EUA: relatório JOLTS pode antecipar sinais do payroll
Governo tenta poupar alimentos e Embraer do tarifaço dos EUA - O governo brasileiro está agindo nos bastidores para tentar reduzir os danos do novo pacote tarifário anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, apresentaram ao presidente Lula um plano de contingência para enfrentar os impactos das novas tarifas sobre produtos brasileiros.
- A estratégia, porém, só será revelada oficialmente após a publicação do ato executivo norte-americano, que trará os detalhes das tarifas. Até lá, a equipe econômica segue mapeando cenários e ampliando os canais de negociação com Washington. A tentativa é de evitar que produtos considerados sensíveis à balança comercial brasileira entrem na lista de sobretaxação.
- Dois setores estão no centro das preocupações: o agronegócio e a indústria aeronáutica. O governo brasileiro está solicitando a exclusão do suco de laranja, que tem 42% de sua produção voltada ao mercado americano, e do café, produto no qual o Brasil lidera as exportações globais e mantém posição dominante no fornecimento aos EUA.
- Também está sendo negociada a retirada das aeronaves da Embraer da lista de produtos afetados. A fabricante é a terceira maior do mundo e tem os Estados Unidos como um de seus principais mercados.
- Segundo Haddad, Lula só tomará uma decisão definitiva após conhecer em detalhes o conteúdo da medida americana. Enquanto isso, Alckmin tem mantido contato contínuo com representantes do governo norte-americano e se colocou à disposição para conduzir uma articulação direta em nome do Executivo brasileiro.
Trump mantém tom duro: tarifas de até 20% começam nesta semana- O presidente Donald Trump confirmou nesta segunda-feira (28) que os Estados Unidos vão aplicar uma tarifa-base de 15% a 20% sobre produtos vindos de países que não firmarem acordos comerciais bilaterais com o governo norte-americano até esta sexta-feira (1º).
- Trump afirmou que está apenas tentando "ser legal" com seus parceiros comerciais, sem detalhar quais países ou setores seriam os primeiros alvos das medidas.
- O anúncio amplia a tensão nos mercados globais e representa mais um capítulo da nova estratégia comercial americana, que visa reduzir a dependência de acordos multilaterais e forçar negociações diretas com cada país. Ainda não está claro se o Brasil será incluído entre os alvos iniciais, mas o risco de imposição imediata de tarifas de até 50% não foi descartado.
- A situação do Brasil é particularmente delicada. Mesmo com negociações em curso, um acordo formal entre os dois países segue improvável no curto prazo, principalmente por falta de alinhamento político e pelas dificuldades de aprovação no Congresso americano. Outros países, como México e Coreia do Sul, estariam em estágios mais avançados de negociação e poderiam escapar das tarifas de forma mais rápida.
EUA: relatório JOLTS pode antecipar sinais do payroll- O mercado financeiro acompanhará hoje, às 11h (horário de Brasília), a divulgação do relatório JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey), considerado uma prévia do payroll oficial. Os dados se referem ao mês de junho e mostrarão o comportamento do mercado de trabalho americano.
- Em maio, o número de vagas abertas subiu para 7,77 milhões, o maior desde novembro do ano passado, com aumento de 374 mil em relação a abril. Se o relatório mantiver o ritmo de crescimento, poderá reforçar a leitura de que o mercado de trabalho segue aquecido, o que influencia diretamente a política monetária do Federal Reserve.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na segunda (28): - Dólar: 0,52%, a R$ 5,590.
- B3 (Ibovespa): -1,04%, aos 132.129,27 pontos.
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